"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 5 de julho de 2016

GOVERNO DO RIO DE JANEIRO COMPROU TORNOZELEIRAS, MAS NÃO PAGOU DESDE 2014


Charge do Pelicano (pelicanocartum.net)





















A repórter Juliana Castro revelou, O Globo de segunda-feira, que o governo do Estado do Rio de Janeiro encontra-se sem tornozeleiras para permitir prisões domiciliárias determinadas pela Justiça. O motivo é que, desde dezembro de 2014 não paga o que deve às fornecedoras, as quais suspenderam novas entregas. Incrível, a que limite chegou a confusão administrativa dirigida pelo Palácio Guanabara. As fornecedoras, como revela a reportagem, contribuíram para dar razão as acusações desfechadas na véspera pelo prefeito Eduardo Paes: desordem na gestão administrativa estadual.
Não é possível ocultar-se esta verdade, porque o Executivo do RJ tinha, e tem, a obrigação de prever as receitas e as despesas e cumprir os compromissos financeiros estabelecidos. O caso das tornozeleiras parece ser a ponta de um iceberg. Porque, se o estado não pagou encomendas de valores menores, certamente deixou de pagar também compromissos maiores, dentre estes excetuados os relativos a reconstrução do Maracanã, uma vez que deram margem a acusações diversas atingindo o preço das obras.
LEVANTAMENTO – O momento é propício a que se realize um levantamento em todo o Rio de Janeiro focalizando as contas em atraso e confrontando-as com as cobranças de tributos que deveriam ter sido feitas, mas que não foram. Muito simples. Trata-se de um cotejo básico contido nos fundamentos da contabilidade: o tradicional sistema entre o que deve e o que deveria ter sido recebido pelos administradores públicos.
Tal levantamento forneceria um quadro bastante real do panorama financeiro que chegou a um  ponto crítico de ruptura no momento em  que o estado atrasou o pagamento do funcionalismo público e passou a depender do ministro Henrique Meirelles para recolocá-lo nos prazos legais devidos.  Afinal de contas, atrasar o pagamento dos funcionários é um descalabro porque todos eles têm despesas a pagar em datas marcadas e se atrasarem sofrerão multas contratuais com aplicação de juros.
O governo do Rio de Janeiro, mais uma prova da desordem em que se encontra incentivou servidores a contratarem créditos com bancos particulares, entre eles o Bradesco em operações consignadas. Mas o que aconteceu? O estado descontou dos devedores as parcelas mensais, porém não as recolheu aos bancos credores. Não é preciso dizer mais nada.
AÉCIO E O APOIO A TEMER – No seu artigo na Folha de São Paulo de segunda-feira, o senador Aécio Neves destacou a importância que o Plano Real, que agora completa 22 anos teve para a estabilização da economia brasileira. Perfeito. Mas Aécio acentua que no momento estão faltando medidas no plano da política monetária, sendo necessária rigorosa sobriedade fiscal, para fechar a torneira da farra dos gastos públicos.
O senador mineiro acentua: esta prática ainda não foi inteiramente assumida pelo governo Michel Temer e alguns sinais nas últimas semanas não contribuíram para fortalecer a ideia de que, realmente, entramos num outro momento.
Com isso, Aécio Neves sinaliza o início de um distanciamento dele em relação ao Palácio do Planalto. O motivo deve ser o quadro eleitoral para 2018 em confronto com a pesquisa que o Ibope realizou para CNI que apresentou uma aprovação de apenas 13% para o presidente da República em exercício.

05 de julho de 2016
Pedro do Coutto

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