O ex-vereador do PT Alexandre Romano, delator das operações Lava Jato e Custo Brasil, afirmou que em comprou para o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira uma caminhonete Pajeto 4X4 da mulher de outro ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto para que ele usasse o veículo em sua campanha a deputado federal, em 2010. O dinheiro, R$ 72 mil, seria referente a propina que ele tinha a receber da empresa Construbase. Os envolvidos são alvos da 31ª fase da Lava Jato deflagrada nesta segunda-feira, 4, batizada de Operação Abismo, que apura corrupção nas obras do Centro de Pesquisas da Petrobrás, no Rio.
“Paulo Ferreira, em novembro de 2009, pediu para que o depoente comprasse um veículo de Giselda Rousie de Lima, esposa de João Vaccari”, afirma Romano, no Termo de Colaboração 21, prestado no dia 27 de outubro e revelado nesta segunda, nos autos da Operação Abismo. “Comprou o veículo Mitsubishi Pajero, no valor de R$ 72 mil.”
CRÉDITO-PROPINA – O delator afirma que “a origem destes R$ 72 mil era um crédito que Paulo Ferreira tinha com a Construbase”. A empreiteira é uma das integrantes do Consórcio Novo Cenpes, vencedor das obras de ampliação do centro de pesquisas, no Rio, em 2010, que teria envolvido propinas de pelo menos R$ 39 milhões – parte dela para o PT, via Ferreira.
Chambinho, como é conhecido o delator, afirmou que nunca usou o carro. “O veículo ficou em poder de Paulo Ferreira, que o utilizou para a campanha dele de deputado federal em 2010.” O ex-tesoureiro petista, preso desde o dia 26 alvo da Operação Custo Brasil e com nova prisão decretada na Abismo, disputou uma vaga na Câmara pelo PT.
Romano detalhou que foi até a casa de Vaccari para negociar o carro e pagou a Vaccari, com dois cheques depositados na conta da mulher. “Foi até a residência de João Vaccari para ver o veículo e tratar da compra.”
PAJERO FOI REVENDIDA – Um ano depois, a Pajero da mulher de Vaccari foi vendida por R$ 50 mil para uma pessoa indicada por Paulo Ferreira. “O pagamento foi feito no valor de R$ 50 mil diretamente para Paulo Ferreira, pelo adquirente do veículo”, explica Romano, que diz não ter recebido tal valor. “Em nenhum momento o veículo ficou em poder do depoente.”
As negociações de compra e venda do carro foram registradas no Imposto de Renda do delator, destacado nos autos da Operação Abismo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como diria Roberto Carlos, a Lava Jato está descendo a detalhes, que são coisas muito grandes para esquecer. A história dessa Pajero que o vereador comprou e não levou é um desses detalhes que até neste momento vão estar presentes, você vai ver. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como diria Roberto Carlos, a Lava Jato está descendo a detalhes, que são coisas muito grandes para esquecer. A história dessa Pajero que o vereador comprou e não levou é um desses detalhes que até neste momento vão estar presentes, você vai ver. (C.N.)
05 de julho de 2016
Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo
Estadão
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