— Tenho certeza que os principais agentes da Lava-Jato terão a sensibilidade para saber o momento em que eles deverão aprofundar ao extremo e também de eles caminharem rumo a uma definição final. Isso tem que ser sinalizado porque vimos na Itália, onde não houve essa sinalização, e tiveram, depois do grande benefício que veio, efeitos deletérios que nós não podemos correr o risco aqui — afirmou Padilha durante o discurso em almoço com líderes empresariais.
A declaração foi feita após um dos convidados do encontro perguntar ao ministro sobre os impactos da Lava-Jato para o governo e o PMDB. Padilha iniciou a resposta elogiando o trabalhos do Ministério Público, Justiça e Polícia Federal.
UM GRANDE SERVIÇO – O ministro disse que a Lava Jato presta um grande serviço ao Brasil: — O Brasil será outro, aliás, já está sofrendo esse processo de transformação no que diz respeito ao exercício do poder político.
Depois, em entrevista à imprensa, ele negou que a frase significasse uma defesa do fim da Lava-Jato.
— O que eu disse é que tenho certeza que as autoridades da Lava Jato saberão o momento em que deverão pegar, aprofundar e apontar tudo que deve apontar e pensar em concluir. Eu vi e li o que aconteceu com a Operação Mãos Limpas na Itália. Todos eles conhecem tanto quanto eu. Temos que fazer com que tenhamos o melhor resultado possível. Esse é o sentido de apontar quem é culpado e quem não é. Não teve outro significado (minha fala).
DEFESA DE TEMER – Padilha defendeu que Temer não tem que ser investigado pela citação feita por Machado em delação premida. O ex-presidente da Transpetro disse à Lava-Jato que Temer negociou com ele propina de R$ 1,5 milhão como doação para o PMDB para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo em 2012. Para ele, não há provas mínimas para que seja aberta uma apuração.
— A citação é de um encontro que não existe. Eu convivo com o presidente Michel há 22 anos e sei que, se ele diz que não existe, é porque não existe. Teria que vir junto uma prova mínima de que tal encontro existiu (para haver investigação).
17 de junho de 2016
Silvia Amorim
O Globo
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