Aliados próximos de Dilma Rousseff convenceram a presidente afastada de que, mesmo na hipótese de volta ao cargo, revertendo o quadro hoje favorável ao impeachment no Senado, ela não conseguirá chegar ao fim do mandato em 2018. A saída, já aceita por ela, será a convocação de um plebiscito para consultar a sociedade sobre a antecipação das eleições presidenciais. A estratégia foi acertada na manhã da última terça-feira, em reunião de Dilma com governadores petistas em Brasília.
Dilma e os governadores fizeram as contas e tentarão reverter até oito dos 55 votos dados, no dia 12 de maio, pela abertura do processo de impeachment. Como o impedimento definitivo da presidente depende de dois terços dos 81 senadores (54), o novo cenário daria a Dilma uma margem segura para voltar ao Palácio do Planalto.
Os problemas enfrentados pelo presidente interino, Michel Temer (PMDB), com destaque para a demissão de dois ministros, são vistos como fundamentais para a virada pretendida pelos petistas.
APOIO DE RENAN
Resignada quanto à impossibilidade de concluir o mandato, Dilma queria, a princípio, propor eleições gerais. Mas foi convencida pelos governadores de que a iniciativa seria fatalmente rechaçada pelo Congresso. Prevaleceu a tese de que o apoio definitivo ao retorno da presidente dependerá de um compromisso claro de Dilma no sentido de abrir mão do mandato em troca de novas eleições. O plebiscito, neste caso, daria à tese de antecipação o aval do eleitorado.
Aliados de Dilma entendem que, para a estratégia funcionar, precisam contar com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de denúncias no Supremo que o envolvem com a Lava-Jato.
O prazo regimental para o fim do processo de impeachment é de 180 dias, mas nada impede que possa ser antecipado — se expirar, pode ser votado depois, mas a presidente volta ao cargo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO GLOBO – A reportagem necessita de tradução simultânea. Assim como há votos que podem ser revertidos em favor de Dilma, há senadores que votaram contra o afastamento e também podem mudar de ideia, mas os jornalistas não têm se interessado nesse importante aspecto da questão. Dos 22 que votaram em Dilma, apenas 12 atenderam ao mais recente convite dela para jantar no Alvorada. Os que estiveram no jantar anterior fizeram espantados com o autismo dela, estava aérea, parecia em outro mundo, como relataram ao jornalista Ilimar Franco. Na base da tarja preta, Dilma já não tem condições de governar. Por isso, a proposta de convocar eleições é a última tentativa, desesperada, de o PT se recuperar. Apenas isso. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO GLOBO – A reportagem necessita de tradução simultânea. Assim como há votos que podem ser revertidos em favor de Dilma, há senadores que votaram contra o afastamento e também podem mudar de ideia, mas os jornalistas não têm se interessado nesse importante aspecto da questão. Dos 22 que votaram em Dilma, apenas 12 atenderam ao mais recente convite dela para jantar no Alvorada. Os que estiveram no jantar anterior fizeram espantados com o autismo dela, estava aérea, parecia em outro mundo, como relataram ao jornalista Ilimar Franco. Na base da tarja preta, Dilma já não tem condições de governar. Por isso, a proposta de convocar eleições é a última tentativa, desesperada, de o PT se recuperar. Apenas isso. (C.N.)
02 de junho de 2016
Chico Otavio, Leticia Fernandes e Simone Iglesias
O Globo
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