"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

TAMBÉM PEDIRAM A SAÍDA DO ENTÃO PRESIDENTE FHC
















É cedo para fechar ciclos, até porque, se assim fosse, a atual Presidente da República não teria sido eleita, pela maioria dos brasileiros, ainda há menos de seis meses. Se pode argumentar que recentes pesquisas têm atribuído a Dilma Roussef popularidade extremamente baixa, da mesma forma que se pode contra-argumentar que, à mesma época de seu segundo mandato, a popularidade de Fernando Henrique Cardoso também estava em situação parecida, e que nem por isso ele foi extirpado, do poder, a qualquer preço.
Assim como também é certo que petistas e outros opositores, naquele momento, pediram a saída do então Presidente da República, o que não foi alcançado, para o bem da democracia. Afinal, por mais que se esteja contra um governo, uma nação tem que ter regras e ritos – calendário eleitoral, sistema político estável e definido, leis que devem ser obedecidas. Nem um erro pode justificar o outro nem um país pode trocar de presidente, como um garçom – ou um “palestrante” acostumado com palcos e encontros “empresariais” – troca de camisa.
Se tivesse conseguido forçar um impeachment de Fernando Henrique – que passou a lei de reeleição no Congresso com manobras de “toma-lá-dá-cá” questionáveis, e praticou, no mínimo, um estelionato eleitoral cambial, deixando para desvalorizar o dólar logo após sua posse no segundo mandato como Presidente da Republica – o PT teria cometido, então, uma agressão à democracia, como estão fazendo, agora, aqueles que pretendem que Dilma saia do Palácio do Planalto “por qualquer meio”, e o “mais depressa possível”, como defendem, muitos, repetidamente, nos principais “portais” da internet.
A QUEM INTERESSA?
Ao empresariado brasileiro – aquele que produz e não o que vive de firulas – não interessa a quebra da ordem política ou institucional.
Qualquer fator que possa favorecer a crise – e a atual tem sido em boa parte propositadamente forjada e constantemente realimentada junto à opinião pública pela turma do “quanto pior melhor” – pode atrapalhar, como já está atrapalhando, os seus negócios. Nesse caso, o melhor caminho não é o de se fazer “cirurgias” e “intervenções” de que não se pode adivinhar, com certeza, o que virá depois, mas, sim, voltar ao normal, antes que seja tarde. Afinal, o empresário que torce pela quebra da normalidade, está torcendo, em primeiro lugar, contra si mesmo.
Ele deve, neste momento, se fazer as seguintes perguntas: Alguma coisa o está impedindo, a priori, de fazer negócios? De trabalhar ? De continuar operando com a sua empresa? A vida, à sua volta, está “normal” ou “anormal”? Os problemas que está vivendo são de ordem estrutural, ou conjuntural, como sempre ocorreu nas “crises” que enfrentou antes? É melhor seguir adiante, ou apostar no imprevisível, no aleatório, no imponderável?
TIROS PELA CULATRA
Infelizmente, quando se quebra o ritmo natural das coisas, os tiros costumam sair pela culatra. Nos anos 1920 e 1930, na Alemanha, as ruas também se encheram de gente que não estava propensa a esperar as próximas eleições, pedindo que se mudasse tudo, que se enquadrasse o Parlamento, que se estabelecesse a “ordem” e o crescimento, que se punissem os corruptos, que se acabasse com certa parte do espectro político, que se reformasse o país para que do passado não sobrasse “pedra sobre pedra”.
Quando as eleições vieram, elas votaram em Adolf Hitler, que pressionou de todas as formas até ser nomeado Chanceler do Reich, por Hindemburg. A “cirurgia” que se seguiu, que era para ser “rápida”, e “segura”, deixou, nos 5 anos que se seguiram, uma nação devastada e mais de 60 milhões de mortos em todo o mundo.
Depois da ascensão do ridículo führer anti-semita e anticomunista ao poder, muitos empresários que o haviam apoiado e financiado, perderam, na Segunda Guerra, seus filhos e netos. Outros tiveram seus negócios ocupados por gente que tinham empurrado para a rua para derrubar o governo anterior. E muitos caíram em desgraça com os novos senhores da Alemanha, tomando, cabisbaixos, o rumo de Dachau, Bergen-Belsen, e de outros campos de concentração ou de extermínio.

13 de abril de 2015
Mauro Santayana
Jornal do Brasil

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Não apenas uma, mas várias impropriedades recheiam o texto, dentre elas, a comparação de eventos históricos, em contextos de épocas absolutamente diferentes, e sobretudo, não considerar que o ciclo político de 12 anos que o Brasil vivencia, distancia-se muito de todos os anteriores, porque inaugura um período dos mais negros, em matéria de corrupção e desgoverno, de quebra das normas e regras constitucionais, da ameaça transparente de um golpe que almeja a transformação da Democracia, numa "democracia" bolivariana, cujas diretrizes, traçadas pelo Forum de São Paulo, mergulha o país no bolivarianismo, ou no eufêmico "socialismo do século XXI".
Argumentos que se apresentam no texto, apenas revelam a incapacidade de se libertar das memórias do regime militar contrarrevolucionário de 1964. O temor de que as manifestações que cobram o impeachment do atual governo, possa se aproximar da "marcha da família", que desencadeou a contrarrevolução de 1964, produz textos e ponderações contrários a que se quebre não a "ordem e as regras constitucionais", mas um desgoverno que leva o país a exasperação diante de um cotidiano de manchetes de escândalos jamais vividos pela República. E segue-se a isso, as inúmeras manobras articuladas pelo governo para impedir a continuidade da transparência, dificultando o trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público, manobrando e sufocando a possibilidade de CPIs no Congresso, como a CPI do BNDES, a temível abertura de uma das caixas pretas mais perigosas para a "estabilidade" do poder atual.
Argumentos apresentados no texto, fogem da real situação de um governo que já se arrasta em seu "terceiro mandato", incapaz de governar, desarticulado da sociedade civil, da nação, ainda se alimentando de uma "reforma popular petista", um golpe branco na democracia.
É interessante a leitura do post... É interessante observar intelectuais de peso, como é Mauro Santayana, temendo que a "quebra das normas constitucionais", que já vêm sendo quebradas pelo próprio governo, possa conduzir o país a situações imprevisíveis e sem controle. 
Mais interessante ainda, a abertura da narrativa: "se assim fosse, a atual Presidente da República não teria sido eleita, pela maioria dos brasileiros, ainda há menos de seis meses."
Nenhuma consideração a forte suspeita de fraude nas eleições com as duvidossímas urnas eletrônicas (rejeitadas pelo mundo como inseguras, e mesmo assim,com uma "contagem" de votos que além de apertadíssima, não foi permitida a presença de fiscais de partidos, para acompanhar os resultados. Como esquecer a cretina expressão "vamos fazer o diabo nas eleições?". E fizeram... Mentiram, caluniaram e usaram o dinheiro sujo da corrupção para promover o festival das campanhas eleitorais.
Pergunto: e o que pode acontecer de pior, ao se permitir a continuidade do descalabro a que o país está sujeito atualmente? Um Congresso dominado pelo partido que melhor representa o que há de pior, com presidentes da Câmara e do Senado, indiciados como suspeitos em uma das maiores investigações de corrupção que o país já assistiu? Com inúmeros  deputados envolvidos em todo tipo de maracutaias? Um locus em que predomina a lei de Gerson, ou a torta interpretação de Francisco de Assis, "é dando que se recebe"...
E o que pode acontecer de pior ao país, que assiste a entrega do poder executivo a um partido cuja marca registrada é o fisiologismo, loteador de ministérios, estatais, secretárias e instituições?
O medo nos deu uma Constituinte, o medo formulou a Constituição de 1988, assombrada pelo fantasma de 1964.
Coloco o post no blog, para que os que por aqui andam, possam formular os seus próprios juízos e atentar para os muitos alçapões armados no difícil caminho de uma mudança, que promova verdadeiramente uma faxina, mais do que indispensável nos atuais dias republicanos em que vivemos.
m.americo

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