"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

ROBERTO JEFFERSON PEDE PARA CUMPRIR PRISÃO DOMICILIAR



Jefferson recorre hoje ao Supremo
Autor da denúncia do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson, 61, recorrerá ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira para deixar a cadeia e cumprir o resto da pena em casa.
Ele pagou ontem a multa imposta pela corte ao condená-lo a sete anos e 14 dias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O depósito de R$ 840.862,54 era exigido para pedir a progressão ao regime aberto.
Uma foto do recibo chegou aos celulares de quem participou da vaquinha. “Acabo de pagar a multa. Agradeço aos amigos a força que me deram”, escreveu Jefferson. A quantia foi quitada em dinheiro em uma agência do Banco do Brasil.
Na lista de doadores, estão políticos como o deputado Benito Gama e o ex-senador Sérgio Zambiasi. Jefferson mantém contatos com todos eles, em articulação discreta para acelerar a fusão do PTB com o DEM.
CASAMENTO MARCADO
O ex-deputado tem pressa para deixar a cadeia. Está de casamento marcado com a enfermeira Ana Lúcia Novaes, 46. Os dois já vivem juntos há 13 anos e vão formalizar a união no fim de maio com festa em Três Rios, no interior fluminense.
“A Ana esteve ao meu lado na CPI, na cassação, no julgamento e na luta contra o câncer. Deus reserva a poucos homens uma mulher como ela”, derrama-se o ex-deputado. “E eu devia uma satisfação à família dela…”
Segundo Jefferson, a cerimônia será “coisa simples”, e os convidados não passarão de 200. Ele encomendou o terno ao alfaiate brasiliense Severo Silva, que faz suas roupas desde que chegou ao Congresso. A noiva teve mais trabalho: visitou lojas no Rio e em São Paulo atrás do vestido.
Enquanto a liberdade não sai, Jefferson dá expediente em um escritório de advocacia no Rio e volta à noite para a prisão. Quinta-feira ele se divertiu com os ratos na CPI e reprovou o depoimento do tesoureiro petista João Vaccari. “Eu preferia o Delúbio, mesmo cheio de Lexotan. Ele era mais autêntico…”, comentou, antes de soltar sua conhecida gargalhada.

13 de abril de 2015
Bernardo Mello Franco
Folha

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Tá aí uma história que sempre me deixou com várias pulgas atrás das duas orelhas...
Por que tanta "austeridade jurídica" com Roberto Jefferson, se a recíproca com outros que carregam um peso muito maior de desonestidade, conseguiram em curto prazo, alguns direitos, após a condenação?
Não justifico Roberto Jefferson e suas ações comprometidas com o Mensalão, mas sem a denúncia que fez, a quantas andaria hoje as sinistras "doações" para a "coalizão lulopetista"? Como estaria o país, com um dos escândalos mais ardilosos e criminoso arquitetado pelo apedeuta et caterva?
Genoíno, Zé Dirceu, Paulo Cunha... E tantas outras "celebridades políticas", disfarçadas de homens éticos, a quem a nação poderia entregar os destinos do país... 
Não sei se um plano de tamanha dimensão pública já ocorreu em algum outro país, mas posso afirmar sem erro, que tal trama exige um grau de criminalidade tão elevado, que apenas uma vocação extremada para o delito político, poderia imaginá-lo e pô-lo em prática, seguro da impunidade, o que equivale a afirmar que acredita seriamente na mais absoluta e caótica falta de ética que voga no país.
O sentimento de impunidade que domina, ou dominava, mais corretamente, apesar dos senões, transformou a prática política numa espécie de "peculato consentido". 
Hoje, com a Lava Jato fazendo acontecer a inédita transparência da verdadeira face da corrupção que domina o país, começa um novo ciclo em que a punibilidade torna-se possível.
E voltando a vaca fria, vejo que injustificadamente, Roberto Jefferson continua sem alcançar a prisão domiciliar, apesar da séria doença que o acomete.
Retaliação? Por que ele, entre tantos outros que já gozam de privilégios, mesmo sendo muito menos culpado no processo do mensalão?
Zé Dirceu espertamente fez 'vaquinha', e sabe-se, segundo denúncia, dos milhões que faturou a sua "consultoria"... 
Jefferson fez 'vaquinha', mas ainda não soube se oculta alguns milhões em algum paraíso...
Seu mérito, a meu ver, é maior do que o dos delatores que hoje, para escapar da cadeia, 'deduram' seus comparsas e cúmplices, uma traição conspurcada...
m.americo

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