"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

CÂMARA VAI APROVAR IMPEACHMENT DE DILMA, PODEM CRER




Recordar é viver, diz a sabedoria popular
Nunca antes, na História deste país, se viu um governo ser demolido tão rapidamente, três meses depois de empossado. A impressionante pesquisa do Datafolha, divulgada sábado, mostra que 63% dos brasileiros já apoiam o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A pergunta feita pelo instituto foi indireta, mas permite a conclusão de que a maioria absoluta defende o afastamento da chefe do governo, embora muitos dos entrevistados nem saibam direito o que acontecerá a seguir.
Considerando o que se sabe até o momento a respeito da Operação Lava- Jato, o Congresso deveria abrir um processo de impeachment para afastar Dilma da Presidência?” – esta foi a pergunta a quem responderam. Resultado: 63% querem o impeachment, mas somente 37% sabem que o cargo passa a ser imediatamente do vice-presidente. Destes 37%, apenas 13% sabem que o vice chama-se Michel Temer. Curiosamente, outros 12% favoráveis ao impeachment de Dilma pensam que Aécio Neves assumiria no lugar dela.
A acelerada queda da popularidade, movida pelo festival de corrupção desvendado pela força-tarefa da Polícia Federal e do Ministério Público, com participação de um apenas juiz de primeira instância, confirma a fragilidade de um governo inoperante, sem planejamento nem metas, que julgou se manter na crista da onda exclusivamente por meio da criatividade do marqueteiro João Santana, que se tornara uma espécie de Rasputin imberbe do Planalto/Alvorada, o 40º ministro que faltava dentro da caverna.
A MARQUETAGEM CONTINUA…
Enquanto os números sinistros eram divulgados no Brasil, Dilma Van Rousseff estava repetindo suas marquetagens no exterior. Em discurso na Cidade do Panamá a uma plateia de empresários de diversos países, ela elencou os investimentos em infraestrutura e em educação para que o Brasil continue crescendo “de forma sustentável” e fez defesa do que chamou de “grande esforço de ajuste fiscal” que vem promovendo no país.
Na realidade, nada disso existe: os investimentos em infra-estrutura estão praticamente parados, a educação pública entrou numa decadência desanimadora (fora o Pronatec, claro, que é uma espécie de poção mágica criada pelo marqueteiro), o Brasil não está crescendo de forma sustentável sob nenhum parâmetro e o grande esforço de ajuste fiscal será feito por todos, menos pelo governo.
PARADOXO DA PESQUISA
Voltando à pesquisa Datafolha, chamou atenção o fato de grande parte dos entrevistados que apoiam o impedimento de Dilma não acreditarem que ela venha a ser afastada. É impressionante: 63% querem o impeachment, mas 64% não acreditam no afastamento da presidente.
A leitura dessa pergunta deve ser refeita. Na verdade, muitos desses entrevistados incluídos nos 64% não acreditam é na classe política, acham que os parlamentares estão todos envolvidos na corrupção e tudo acabará em pizza.
Mas a realidade não é bem assim. Num outro momento de crise política, quando o presidente Fernando Collor estava sendo processado, também não se acreditava em impeachment, por falta de provas e de apoio. O então presidente da Câmara, deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) deu então uma entrevista que ficou na História, ao afirmar: “O que o povo quer, esta Casa acaba querendo”.
Ou seja, o impeachment de Dilma é só uma questão de tempo. O povo quer e está demonstrando este anseio nas pesquisas e nas ruas.

13 de abril de 2015
Carlos Newton

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