Por que o MPF não investiga as atas do Conselho de Administração da Petrobras sobre a refinaria Abreu e Lima?
Todos conhecem a história da construção da refinaria Abreu e Lima, tão citada na Operação Lava Jato, que vai custar oito vezes o valor inicial orçado. O projeto inicial era um sonho maluco de dois populistas irresponsáveis: Hugo Chávez e Lula da Silva. E tendo Dilma Rousseff como presidente do Conselho de Administração da Petrobras e José Sérgio Gabrielli como seu presidente.
O acordo previa que a Petrobrás teria 60% da Abreu e Lima e a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA), 40%. Caso a Venezuela não pagasse a sua parte, a Petrobrás poderia fazer o investimento e cobrar a dívida com juros, ou receber em ações da empresa venezueaana, a preços de mercado. Essas penalidades, no entanto, só valeriam depois de assinado o contrato definitivo, de acionistas. Elas não chegaram a entrar em vigor, já que o contrato não foi assinado. Num contrato de irmão para irmão socialista o desfecho só poderia ser um: o calote cometido pela Venezuela, nunca cobrado pelo Brasil.
O imbroglio só foi decidido em dezembro de 2011. Em visita oficial a Caracas, Dilma Rousseff tratou o assunto diretamente com Chávez, que prometeu, mais uma vez, uma solução. Nessa visita, o presidente da PDVSA, Rafael Ramírez, chegou a anunciar que "havia cumprido seus compromissos" com a empresa e entregue uma "mala de dinheiro em espécie" e negociado uma linha de crédito do Banco de Desenvolvimento da China. Esses recursos nunca se materializaram. A "mala de dinheiro em espécie" certamente foi enviada para pagar a campanha de Lula, no melhor estilo do PT.
Hoje José Sérgio Gabrielli, o ex-presidente da Petrobras envolvido na Lava Jato até o pescoço, dá uma entrevista para a Folha de São Paulo. Destacamos uma pergunta e uma resposta, sobre a Abreu e Lima.
Folha: A Petrobras iniciou a construção da refinaria Abreu e Lima sem projeto detalhado, e os custos estimados inicialmente, cerca de US$ 2,5 bilhões, foram multiplicados por dez.
Gabrielli: A última refinaria construída foi em 1980 e houve uma desmontagem da engenharia da Petrobras. Aí você inicia um projeto retomando a capacidade técnica da engenharia. Evidentemente que você vai fazer um projeto fraco. Um dos erros dessa fase preliminar foi divulgar uma estimativa de valor que não tinha nada a ver. Aí você vai para o mercado e enfrenta um cenário de aquecimento, limitação do conteúdo nacional e câmbio. Um conjunto de coisas que interfere no preço.
Em uma só resposta, este senhor que deveria estar no fundo de uma cela, confessa:
1. A Petrobras não tinha capacidade técnica para realizar o projeto;
2) O projeto da refinaria era "fraco", ou seja, não deveria ter sido implementado. Aliás, o que dizem as autoridades é que não existia projeto;
3) Foi um erro divulgar o preço da obra, como se a lei, a transparência, a ética e o bom senso não exijam que o valor que um país vai pagar por um investimento seja conhecido;
4) Por fim, Gabrielli informa, claramente, que o "conteúdo nacional" encareceu a obra, que o preço não seria tão alto se a Petrobras tivesse buscado as melhores ofertas no mercado internacional, em vez de praticar um nacionalismo que só levou à corrupção. Empresas brasileiras passaram a "nacionalizar" produtos e equipamentos, criando um propinoduto para políticos corruptos como nunca se viu na história deste país.
Urge abrir a caixa preta da refinaria Abreu e Lima. Se Pasadena nos deu um prejuízo de U$ 700 milhões, a corrupção na Abreu e Lima pode ter passado de U$ 5 bilhões. Isso sem contar a dívida que Lula e Dilma perdoaram da Venezuela.
15 de fevereiro de 2015
in coroneLeaks
Nenhum comentário:
Postar um comentário