Dilma e seu homem de confiança, o honrado Aldemir Bendine
O Planalto anuncia que a presidente Dilma Rousseff vai indicar o novo ministro do Supremo Tribunal Federal ainda em fevereiro, para que o substituto de Joaquim Barbosa possa participar logo da segunda turma do STF, responsável pelo julgamento dos processos da Lava Jato.
Para a vaga, o Planalto diz que Dilma quer o mesmo perfil do ministro Teori Zavascki, indicado por ela em 2012, se é que alguém possa explicar o que isso significa. É claro que Dilma não poderá repetir Lula, que nomeou para o Supremo o serviçal Dias Toffoli, que não tinha (nem tem) a menor condição intelectual para ser indicado, mas acabou ganhando a aprovação dos senadores.
Como o novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai colocar em pauta a chamada PEC da Bengala, a indicação do novo ministro é vital para o governo do PT. Se esta emenda constitucional for aprovada (e tudo indica que será) e os ministros mais antigos quiserem continuar na ativa, isso limitará o número de ministros que Dilma poderá indicar. Ela ficaria com apenas um ministro a ser substituído por aposentadoria compulsória.
INDICAR UM JURISTA?
Para o país, seria importante Dilma buscar um nome de consenso para o Supremo. Uma jurista acima de qualquer suspeita, reconhecido não apenas pelas obras intelectuais, mas também pela independência político-partidária, com bom trânsito em todos os meios.
Mas seria demais esperar uma indicação desse nível. O retrospecto de Dilma, nesse particular, é podre. Basta dizer que ela manteve na presidência do Banco do Brasil um executivo envolvido em casos nebulosos e sem a menor ética, chamado Aldemir Bendine, que inclusive fez o BB patrocinar na TV a carreira de sua grande amiga (digamos assim…) Valdirene Marchiori, cujo maior talento é aplicar sucessivos golpes na praça, conforme a lista de processos a que responde na Justiça do Paraná, já publicada aqui na Tribuna da Internet.
Como esperar que Dilma indique um jurista verdadeiro e independente para o Supremo, se ela agora teve a desfaçatez de nomear o mesmo Bendine para sanear a corrupção da Petrobras, se no BB ele manobrou para elevar a própria aposentadoria precoce, conseguida aos 51 anos de idade, para receber R$ 62,4 mil mensais, que agora se somam ao salário de R$ 183 mil na presidência da Petrobras?
Aliás, nada mal, para um ex-presidente de banco que comprou um apartamento pagando em dinheiro vivo, foi multado em mais de R$ 300 mil pela Receita Federal, e pagou R$ 122 mil sem reclamar. Só falta agora Dilma indicar o polivalente Bendine para o Supremo Tribunal Federal.
Que país é esse? – perguntariam, em uníssono, o cantor Renato Russo e o político aposentado Francelino Pereira. Infelizmente, Renato pediu as contas cedo e não está mais entre nós, porém Francelino ainda está bem vivo e poderia ele mesmo responder.
14 de fevereiro de 2015
Carlos Newton
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