O ex-gerente de serviços da Petrobras, Pedro Barusco, informou a Polícia Federal, em delação premiada, que começou a cobrar propinas de fornecedores da Petrobras em 1997 ou 1998. Deixou claro que era uma atitude de funcionário corrupto, extorquindo empresas, não citando políticos envolvidos.
Foi o que bastou para que a máquina de assassinar reputações do PT tentasse envolver o PSDB no esquema de corrupção que o partido do Petrolão montou na estatal, destruindo o seu patrimônio e tornando-a a empresa mais endividada do mundo. Agora quer ampliar a CPI da Petrobras para os "anos FHC" para jogar uma cortina de fumaça sobre as investigações, como já fez nas duas CPIs anteriores, realizadas em 2014.
Melhor faria o PT se começasse as investigações por um ex-tucano, o senador Delcídio Amaral Gomez (PT-MS) (foto). Ele foi citado, junto com outros 10 petistas na delação premiada de Paulo Roberto Costa. (Cliquem nas imagens para ampliar)
Matéria publicada ontem no Estadão.
E por que Delcídio Amaral? Porque ele conhece a Petrobras dos tucanos e dos petistas como ninguém. E porque manteve o seu poder na estatal indicando, por exemplo, Nestor Cerveró para o cargo de Diretor da Área Internacional da Petrobras, onde comandou a compra de Pasadena, por exemplo.
Delcídio Amaral foi ministro interino das Minas e Energia no governo Itamar Franco, entre 1994 e 1995. Entre 2000 e 2001, foi Diretor de Gás e Energia da Petrobras, a mesma diretoria ocupada posteriormente por Graça Foster que, segundo Pedro Barusco, cobrava entre 1% e 2% de "comissão". Metade dos recursos provenientes da propina era repassada ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, enquanto a outra metade ficava com Barusco e Renato Duque. Apesar do acordo, Barusco afirma que às vezes as propinas caíam integralmente nas mãos do Partido dos Trabalhadores. Delcídio poderia contribuir muito nas investigações, informando se houve negócios suspeitos na sua gestão.
Aliás, por falar em contribuição, logo após sair da Petrobras, Delcídio Amaral se filiou ao PT e saiu como candidato a senador pelo Mato Grosso do Sul. Foi eleito. Sua prestação de contas, segundo o site Às Claras, mostra que ele foi o candidato petista ao Senado que mais recebeu doações, ultrapassando petistas históricos! O que teve o maior custo/voto. Isso para uma vaga no Mato Grosso do Sul, que não é considerado um grande colégio eleitoral, muito antes pelo contrário.
Por falar em doações, há um dado surpreendente na prestação de contas de Delcídio Amaral naquela memorável eleição de 2002. Além de ser o maior arrecadador entre os candidatos ao Senado, ele também foi o décimo quinto doador da campanha nacional do PT. Delcídio foi a pessoa física que mais doou para o partido naquela eleição de 2002, que deu o primeiro mandato para Lula. Não foi nenhum empresário. Não foi nenhum banqueiro. Não foi nenhum admirador apaixonado por Lula. Foi o ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras, então candidato Delcídio Amaral.
O que os números mostram é que Delcídio Amaral arrecadou R$ 1,4 milhão, depois doando R$ 504 mil para a campanha do PT. Não há informações sobre o patrimônio de Delcídio em 2002. Mas, em 2006, o seu patrimônio era de R$ 1,5 milhão.
Se o PT quer investigar os tucanos na Petrobras, deveria começar pelo senador petista Delcídio Amaral.E não somente pelo Petrolão. Também em função dos negócios da Petrobras com a El Paso. Das contratações do gasoduto Brasil-Bolívia. E até mesmo da compra de equipamentos da Alstom. Fica a dica.
14 de fevereiro de 2015
in coroneLeaks
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