"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

COMO SEMPRE, A GRANDE FARSA PARA ENGANAR O POVO

PARTO DA FILHA DE PADILHA FOI UMA FARSA PARA ELOGIAR O SUS


Ministro-Padilha-e-a-namorada-Thassia-AlvesAlexandre Padilha, ex-ministro da Saúde e candidato derrotado do PT ao governo de São Paulo, disse durante a campanha eleitoral que sua esposa, então grávida, faria o parto na rede pública do Sistema Único de Saúde (SUS), defendido pelo casal. Hoje, os portais chapa-branca dizem que o petista cumpriu a promessa, em razão do nascimento na quinta-feira (12), no Hospital Municipal Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte paulistana, de sua filha com a jornalista Thássia Alves, Melissa.
Mas o SUS de Padilha está longe de ser o SUS disponível à população pobre do Brasil. Na verdade, está bem mais próximo do Sírio Libanês de Lula e Dilma.
“É um SUS plus. Só o endereço é igual. O resto é tudo diferente”, disse indignado a este blog um médico intensivista que acompanhou os acontecimentos de perto. O parto humanizado estava programado para março, mas Thássia foi internada na terça-feira e precisou passar por uma cesárea de urgência devido a um quadro de pré-eclâmpsia, doença que se caracteriza por alterações de pressão arterial que podem levar a gestante a crises convulsivas e até à morte.
Os mortais comuns do SUS costumam dispor de um obstetra e um pediatra e, quando o parto se complica um pouco, geralmente são dois obstetras e um pediatra. 
Já Padilha contou com o dobro de médicos na sala: três obstetras e três pediatras. Entre os primeiros, o próprio diretor do hospital que raramente vai à linha de frente. 
E os outros cinco eram todos do Hospital das Clínicas, da USP, em força-tarefa especial para o parto.
MÉDICOS DE FORA
Isso mesmo: o petista chamou os médicos de sua confiança para fazer o que tinha de ser feito dentro de um hospital público, cuja equipe de plantonistas e residentes foi dispensada. A recém-nascida foi levada à UTI Neonatal, onde os plantonistas também tiveram de ceder lugar a uma médica do Hospital das Clínicas, profissional do Instituto da Criança da USP.
“Os médicos locais ficaram ofendidos, revoltados. Se você trabalha num lugar e cai uma estrela que chama alguém de fora, estão falando que ‘eu sou um bosta, que eu não tenho qualidade para atender o cidadão estrelado’”, disse o intensivista. “Mas a prefeitura está nas mãos do PT. Se alguém falar, vai sofrer retaliação”, completou, explicando que é da prefeitura a maternidade onde Thássia ficou em quarto individual com ar-condicionado – outro luxo exclusivo.
Para piorar, a opção pela cesárea imediata em caso de pré-eclâmpsia, embora recomendada em outros países, é relativizada pelo Ministério de Saúde, cujo manual sugere que ainda se poderia tentar a via normal de parto se o bebê tiver condições de nascer. Ou seja: pode ter sido devidamente ignorada a própria sugestão do MS, rechaçada por muita gente da área.
“[O ministro da Saúde, Arthur] Chioro faz política para combater cesárea, dizendo que pode matar, mas o que mata é a politização de um assunto técnico como a Medicina. Quando isso é feito, o resultado é o massacre que a gente vê na saúde pública brasileira”, comentou a fonte.
PROPAGANDA
O jogo de cena montado para validar a propaganda política do PT e a suposta coerência de Padilha, a quem o prefeito Fernando Haddad garantiu um emprego, também foi denunciado em nota da página Mais Médicos Fail no Facebook, segundo a qual o casal pretendia fazer a transferência do bebê para um hospital particular: Einstein ou São Luiz Morumbi.
Uma blogueira da Folha de S. Paulo, que deu a notícia do parto como um cumprimento da promessa eleitoral de Padilha, escreveu a respeito: “O post mostra ainda um bate-papo de whatsapp de algum funcionário da unidade passando informações privilegiadas sobre a paciente e seu bebê, o que fere o Código de Ética Médica.”
A informação sobre o bebê, na verdade, está no post e foi devidamente reproduzida pela blogueira. A imagem do whatsapp mostra apenas informações básicas sobre os procedimentos incomuns e privilegiados adotados dentro de um hospital da rede pública por um político defensor do SUS na hora em que sua família precisou de seus serviços. Desmentir em atitudes o próprio discurso político embusteiro, sim, fere o Código de Ética humana – e é dever moral de qualquer cidadão de bem denunciar a farsa.
De resto, desejo toda a saúde do mundo a Thássia e Melissa. Lamento apenas que o SUS turbinado – ou plus, ou VIP, ou cinco estrelas – de Padilha seja, ainda, um privilégio de poucos.
(artigo enviado pelo comentarista Isac Mariano)

14 de fevereiro de 2015
Felipe Moura Brasil
Veja

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