Ex-diretor do Banco do Brasil começou a emitir documentos com outra identidade ainda em 2007, quando o processo no mensalão já estava em andamento no Supremo
BRASÍLIA - O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato apresentou uma
certidão de nascimento falsa do irmão Celso Pizzolato para conseguir emitir um
novo RG em novembro de 2007 na cidade de Lages, em Santa Catarina. Ali, quando o
processo do mensalão já tinha se iniciado no Supremo, começou um processo de
"ressuscitação" de Celso, morto em 1978 num acidente de carro. A manobra só foi
possível porque o atestado de óbito do irmão de Pizzolato nunca foi
registrado.
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Infográfico: A prisão de Pizzolato
A partir da emissão do RG, Pizzolato conseguiu emitir, no Rio de Janeiro, o título de eleitor, e um CPF em nome do irmão morto. Segundo o Jornal Nacional revelou na quinta-feira, o título foi usado na eleição de 2008.
Ou seja, o morto votou nos dois turnos da disputa municipal. Em 2010, o título de Celso não foi usado, o que gerou uma multa da Justiça Eleitoral. Pizzolato também emitiu um passaporte em nome do irmão, usando sua foto. Ele viajou em 2010 com esse documento falso, o que a polícia considera ter sido um teste.
A investigação do plano de fuga do ex-diretor do Banco do Brasil pela Polícia Federal rastreou em cartórios e nos bancos de dados das polícias estaduais documentos que mostram que Pizzolato já em 2007 se preparava para escapar da condenação do mensalão, que ocorreria em 2012.
A tática de "ressuscitar" o irmão também foi usada na Itália, com os documentos europeus - Pizzolato tem dupla cidadania.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, disse ontem que vai pedir ao procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot, que tome as "providências cabíveis" em relação ao fato de Pizzolato ter conseguido um título eleitoral em nome do irmão morto.
"Todos estamos surpresos com o que foi revelado pela grande imprensa. Isso só revela que o sistema precisa ser aprimorado. Daí a identificação datiloscópica, da biometria, para ter-se certeza de que aquele que apresenta o título é realmente o detentor do título", afirmou Marco Aurélio.
Ele disse ainda que a Justiça Eleitoral está empenhada na implementação do voto biométrico em todo o território nacional.
07 de fevereiro de 2014
Mariângela Gallucci - O Estado de S.Paulo
Veja também:
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Infográfico: A prisão de Pizzolato
Jamil Chade/Estadão
Foto do ex-diretor do Banco do Brasil ao
ser preso na Itália, nessa quarta-feira, 5
A partir da emissão do RG, Pizzolato conseguiu emitir, no Rio de Janeiro, o título de eleitor, e um CPF em nome do irmão morto. Segundo o Jornal Nacional revelou na quinta-feira, o título foi usado na eleição de 2008.
Ou seja, o morto votou nos dois turnos da disputa municipal. Em 2010, o título de Celso não foi usado, o que gerou uma multa da Justiça Eleitoral. Pizzolato também emitiu um passaporte em nome do irmão, usando sua foto. Ele viajou em 2010 com esse documento falso, o que a polícia considera ter sido um teste.
A investigação do plano de fuga do ex-diretor do Banco do Brasil pela Polícia Federal rastreou em cartórios e nos bancos de dados das polícias estaduais documentos que mostram que Pizzolato já em 2007 se preparava para escapar da condenação do mensalão, que ocorreria em 2012.
A tática de "ressuscitar" o irmão também foi usada na Itália, com os documentos europeus - Pizzolato tem dupla cidadania.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, disse ontem que vai pedir ao procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot, que tome as "providências cabíveis" em relação ao fato de Pizzolato ter conseguido um título eleitoral em nome do irmão morto.
"Todos estamos surpresos com o que foi revelado pela grande imprensa. Isso só revela que o sistema precisa ser aprimorado. Daí a identificação datiloscópica, da biometria, para ter-se certeza de que aquele que apresenta o título é realmente o detentor do título", afirmou Marco Aurélio.
Ele disse ainda que a Justiça Eleitoral está empenhada na implementação do voto biométrico em todo o território nacional.
07 de fevereiro de 2014
Mariângela Gallucci - O Estado de S.Paulo
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