Em Salvador, aonde me transferi nos últimos dias, vi uma coisa preocupante. Faculdades fazendo propaganda como se estivessem anunciando sabão em pó ou eletrodoméstico.
Uma dessas instituições, chamada Unime, colocou cartazes de mobiliário urbano espalhados pela cidade, oferecendo bolsas com 50% de desconto para quem se inscrever e for aprovado no processo seletivo (eufemismo para vestibular). Penso que bolsas de estudos devem ser oferecidas aos alunos que querem estudar e não podem pagar. Não deveriam ser objeto de estratégia de vendas.
No site desta mesma faculdade tem uma outra promoção: “Você indica um amigo para estudar na Unime, ele ganha a inscrição para o vestibular e você leva um vale-presente de R$ 50,00. E incluindo mais amigos, pode ganhar até R$ 300,00.”
Na televisão, assisti ao comercial de uma outra faculdade em que uma aluna é questionada: - O que você mais quer? Ela prontamente responde: - Ganhar dinheiro. Nada contra as pessoas desejarem ganhar dinheiro, até porque vivemos num país capitalista. Agora, uma faculdade se gabar disso em uma propaganda, aí já é demais.
Em resumo, instituições de ensino - sobretudo na terra de Anísio Teixeira, Isaías Alves e Edgard Santos -, deveriam ser centros de excelência, propagadoras do conhecimento nas mais diversas áreas. Mas, pelo jeito, viraram em nossa pindorama uma commodity qualquer, que é propagandeada na base da promoção ou de algo mercenário. Isto é um péssimo sinal.
07 de fevereiro de 2014
Giovanni Soares
Nenhum comentário:
Postar um comentário