A diferença entre depósitos e resgates na caderneta de poupança --a chamada captação líquida-- foi 24% menor em janeiro que no mesmo mês do ano passado e ficou em R$ 1,744 bilhão, segundo dados do Banco Central. Em relação a dezembro, a queda foi ainda maior: 84%.
Em 2013, a captação líquida da caderneta ficou em R$ 71,048 bilhões, desempenho recorde anual. Os dados históricos do Banco Central mostram uma normalidade na queda da captação líquida entre os meses de dezembro --quando há pagamento de valores extras ao trabalhador, como 13º salário e bônus empresariais-- e janeiro, quando há cobrança de impostos, como o IPTU (do imóvel) e o IPVA (do automóvel) e despesas com matrícula escolar, o que pode reduzir o volume de dinheiro poupado.
Mas a redução entre os últimos meses de janeiro chama a atenção. Para consultores ouvidos pela Folha, o momento do Brasil --de pouco crescimento, inflação e juros altos, que encarecem as dívidas-- está menos favorável à poupança de recursos. "Nesse ambiente, o brasileiro tende a deixar de poupar, ou passa poupar menos, para ter recursos livres para pagar as dívidas que têm e continuar a consumir. Não vejo uma tendência de redução de consumo para poupar", afirma Valter Police, planejador financeiro.
"As pessoas estão tirando o dinheiro de seu colchão para fazer frente às obrigações, como o pagamento de dívidas, que estão ficando mais salgadas por causa do aumento de preços. Sobra menos dinheiro para guardar", acrescenta Mauro Calil, educador financeiro.
"As pessoas estão tirando o dinheiro de seu colchão para fazer frente às obrigações, como o pagamento de dívidas, que estão ficando mais salgadas por causa do aumento de preços. Sobra menos dinheiro para guardar", acrescenta Mauro Calil, educador financeiro.
(Folha de São Paulo)
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