O complexo xadrez da disputa presidencial deste ano pode fazer com que a desistência de Joaquim Barbosa de concorrer acabe afetando a disputa interna do PT sobre os rumos do partido diante da prisão de Lula. Com a saída de cena do ex-ministro do Supremo, o PSB ficou mais próximo de se juntar a Ciro Gomes (PDT).
O casamento reuniria de cara dois dos três maiores partidos de centro-esquerda. A expectativa é que o PCdoB, que hoje mantém a pré-candidatura de Manuela d´Ávila, seria facilmente atraído para essa união. Com as três legendas, a chapa teria de cara um tempo de televisão semelhante ao do PT e uma quantia razoável de recursos dos fundos Eleitoral e Partidário.
PLANO B DO PT – O isolamento e a força da chapa formada pelos antigos aliados seria um importante argumento para lideranças petistas, como ex-prefeito Fernando Haddad e Jaques Wagner, driblarem a patrulha que têm enfrentado para iniciar um debate sobre caminhos alternativos à candidatura de Lula.
Comandados pela presidente da legenda, senadora Gleisi Hoffmann (PT), os dirigentes petistas interditaram qualquer discussão interna sobre os rumos na disputa presidencial. Quem ousa apontar uma outra solução é rotulado de “traidor de Lula”. No plano traçado pelos caciques, o ex-presidente será registrado como candidato no dia 15 de agosto, mesmo que continue preso até lá.
Há quem defenda até que caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplique a Lei da Ficha Limpa barrando a candidatura do ex-presidente, o partido boicote as eleições.
CAMINHO SUICIDA – A ala mais moderada dos petista considera, porém, esse caminho quase suicida e argumenta que o mais importante é trabalhar para que um candidato de centro-esquerda, independentemente do partido, chegue ao Palácio do Planalto.
O efeito Barbosa pode facilitar o caminho dos petistas que querem se juntar a Ciro. Eles se livrariam do trabalho de costurar uma aliança entre os partidos de centro-esquerda. Involuntariamente, o ex-ministro do Supremo pode ter feito com que isso se resolva como uma certa facilidade. Agora, basta ao PT pular no barco dos antigos aliados já preparado para a travessia eleitoral.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Haddad e Wagner têm razão em defender uma aliança com Ciro Gomes, é o melhor caminho para o PT. Haddad sabe que será eleito deputado federal com facilidade e Wagner não quer mais saber de cargo no Executivo. O governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, também defende aliança da esquerda com Ciro, mas a ala radical do PT não quer conversa e vai impor a candidatura de Lula, sem Plano B. Mesmo assim, na hora H, só restará aos petistas dar apoio a Ciro Gomes, é uma fatalidade. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Haddad e Wagner têm razão em defender uma aliança com Ciro Gomes, é o melhor caminho para o PT. Haddad sabe que será eleito deputado federal com facilidade e Wagner não quer mais saber de cargo no Executivo. O governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, também defende aliança da esquerda com Ciro, mas a ala radical do PT não quer conversa e vai impor a candidatura de Lula, sem Plano B. Mesmo assim, na hora H, só restará aos petistas dar apoio a Ciro Gomes, é uma fatalidade. (C.N.)
11 de maio de 2018
Sérgio Roxo
O Globo
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