Se alguém acha que o país está bem, então vote nos candidatos da chamada “continuação do mesmo” e que sejam aliados das quadrilhas que estiveram – e ainda estão – no poder. O voto é livre. Salvo manipulação da urna eletrônica, cada um tem liberdade para votar e eleger quem quiser, caso seja a vontade da maioria. Joaquim Barbosa tinha tudo para ser um candidato com chance real de se tornar o presidente e não aceitou concorrer. É claro que queria ser presidente, caso contrário não teria se filiado ao PSB nem participado de sucessivas reuniões sobre a campanha.
Apesar de ter demonstrado real interesse e ter chances concretas de ser eleito, subitamente se acovardou e, simplesmente, desistiu. Recolheu-se ao casco feito uma tartaruga diante do perigo, para gastar a polpuda aposentadoria em algum lugar discreto, civilizado e tranquilo – e o resto que se dane.
UMA “DESCULPA” – A justificativa de que não conseguiria mudar o atual “sistema” não passou, realmente, de uma desculpa esfarrapada, pois mesmo que ele não pudesse fazer as mudanças necessárias, teria a obrigação (como “cidadão politizado” e culto, que diz ser) de tentar, pelo menos, causar um grande tumulto, desnudar e desequilibrar o aludido “sistema”.
Tinha a obrigação de dar o primeiro passo nesse sentido, por ter sido ele mesmo quem associou a própria imagem ao mundo político e por ficar dando palpite na televisão sobre isso e sobre aquilo. Se não quisesse subir no cavalo, que não pegasse nos arreios. Se não tivesse a coragem ou o interesse em concorrer, que se aposentasse discretamente, em paz, longe das telas e dos partidos políticos, como fez o ministro Eros Grau, todos lembram.
EXEMPLO DE MORO – Já pensaram se o juiz Sérgio Moro pensasse e agisse como o ministro Barbosa e cantasse derrota antes da luta? É claro que nem teria iniciado a Lava Jato. Por isso, acredito que tenha sido muito boa a desistência de Joaquim Barbosa antes da eleição, pois revelou o desprezo que tem em relação aos problemas dos brasileiros, mostrando também que ele que não teria a coragem necessária para enfrentar os seus pares do crime organizado quando se tornasse presidente.
Portanto, após desistir de mudar o país, a esta hora ele certamente já deve ter conferido o carimbo do passaporte para mudar… de país, decisão que será mais apropriada ao seu comportamento.
Ou será que ele tem o rabo preso e, sabendo que sofreria denúncias durante a campanha, resolveu desistir antecipadamente, para afastar qualquer risco de ser difamado pelos concorrentes?
11 de maio de 2018
Francisco Vieira
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