"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 5 de março de 2018

BARROSO DETERMINA QUEBRA DE SIGILO DE TEMER

Despacho do ministro suspende ainda o sigilo de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, José Yunes e Rodrigo da Rocha Loures, todos ligados ao presidente

O ministro do STF Roberto Barroso e o presidente Michel Temer (Rosinei Coutinho/SCO/STF e Marcos Corrêa/PR)


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinou o afastamento do sigilo do presidente Michel Temer no âmbito do inquérito que investiga irregularidades na elaboração da Medida Provisória 595, conhecida como a MP dos Portos. O período de quebra do sigilo é de 1º de janeiro de 2013 a 30 de junho de 2017. É a primeira vez que um presidente no exercício do mandato tem o sigilo bancário quebrado por ordem judicial.

A decisão do ministro Barroso data do dia 27 de fevereiro. O Banco Central já distribuiu o ofício em que ele comunica as instituições e pede providências. O ministro autorizou ainda o levantamento do sigilo bancário de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, José Yunes, Rodrigo da Rocha Loures, Antonio Celso Grecco e Ricardo Mesquita, estes últimos dono e executivo da Rodrimar. Temer é investigado pela suspeita de ter agido para favorecer a Rodrimar no Porto de Santos por meio do texto da MP 595. O presidente nega que tenha cometido qualquer irregularidade.

No mês passado, o então diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, indicou em entrevista que o inquérito dos portos poderia ser arquivado. A declaração resultou em um pedido de explicações por parte de Barroso, relator do caso, e provocou uma crise dentro da corporação, que culminou com a demissão de Segovia na semana passada.


05 de março de 2018
Ana Clara Costa
Revista Veja

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