O dia D de Michel Temer (SP), vice-presidente da República e presidente do PMDB, será hoje.
Se não for prorrogado, logo mais se esgotará o prazo para que todos os partidos entreguem a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, os nomes dos seus representantes na Comissão Especial que se debruçará sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Serão 65 nomes.
O PMDB terá direito a oito vagas na Comissão. Caso metade delas ou a maioria não venha a ser ocupada por deputados favoráveis ao impeachment, dificilmente terá sucesso o projeto de Temer de suceder Dilma a partir do próximo ano.
Caberá à Comissão avalizar ou não o pedido de impeachment apresentado à Câmara por um grupo de juristas, entre eles Hélio Bicudo, fundador do PT.
O que a Comissão recomendar irá à votação do plenário da Câmara. No total, são 513 os deputados, mas o presidente da Câmara não vota. Com apenas 171 votos a seu favor, Dilma conseguirá impedir a aprovação do impeachment. É o que manda a Constituição.
Líderes da oposição admitem, mediante a garantia de que seus nomes não serão revelados, que o governo conta com cerca de 220 a 250 votos fiéis, hoje.
Mas nada é menos fiel do que um político. Com medo de não se reeleger, e agora de ser preso, ele é capaz de entregar a mãe, quanto mais o voto. Que o diga o ex-presidente Fernando Collor.
No dia da cassação do seu mandato, ele viu, sem, acreditar, senadores que imaginava fiéis a si votarem por sua condenação. Collor é senador do PTB de Alagoas, denunciado à Justiça por roubo. Nada aprendeu.
Sem o ronco assustador das ruas, Dilma governará até o fim do seu mandato. É por isso que a oposição quer empurrar com a barriga a data de votação do impeachment no plenário. É também por isso que o governo quer apressá-la.
Para tal, seria suspenso o recesso de fim de ano do Congresso. Haveria menos tempo para as ruas roncarem. A oposição está se guardando para quando o carnaval chegar.
Temer, também. Sua posição é delicada. O governo tudo fará para constrangê-lo. Começou a fazer. No Recife, à caça de apoio e do mosquito da dengue, Dilma elogiou Temer como uma pessoa leal e um “grande advogado”.
Hipocrisia! Dilma está convencida de que ele conspira para derrubá-la. E que age assim desde que pregou o aparecimento de alguém para unificar o país. Na ocasião, só faltou dizer: “Esse cara sou eu”.
O vice será submetido a uma dieta básica de reuniões oficiais, fotografias com Dilma e perguntas de interessados em saber se ele está pronto para dar uma “traidinha”.
Em 1996, a expressão "traidinha" foi introduzida em definitivo no vocabulário político do país pelo então líder do PPB na Câmara, Wigberto Tartuce, ao votar favoravelmente à reeleição de presidente, governadores e prefeitos. O PPB era contra.
Dilma se vale de um discurso marqueteiro para vencer a guerra do impeachment. Diz que não roubou e que nunca teve contas bancárias lá fora.
Chama Eduardo para a briga quando não é com ele que deve brigar, mas com os fatos que lhe imputam. Dilma é acusada de ter feito despesas sem autorização do Congresso. Se o Congresso entender que fez, ela irá embora. Simples assim.
Impeachment não é golpe. A Constituição prevê.
Bill Clinton escapou de um impeachment por poucos votos. Quase perdeu a presidência dos Estados Unidos ao negar que fizera sexo com uma estagiária na Casa Branca.
Alegou que sexo oral não é sexo. Passatempo, talvez.
07 de dezembro de 2015
Ricarodo Noblat
Se não for prorrogado, logo mais se esgotará o prazo para que todos os partidos entreguem a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, os nomes dos seus representantes na Comissão Especial que se debruçará sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Serão 65 nomes.
O PMDB terá direito a oito vagas na Comissão. Caso metade delas ou a maioria não venha a ser ocupada por deputados favoráveis ao impeachment, dificilmente terá sucesso o projeto de Temer de suceder Dilma a partir do próximo ano.
Caberá à Comissão avalizar ou não o pedido de impeachment apresentado à Câmara por um grupo de juristas, entre eles Hélio Bicudo, fundador do PT.
O que a Comissão recomendar irá à votação do plenário da Câmara. No total, são 513 os deputados, mas o presidente da Câmara não vota. Com apenas 171 votos a seu favor, Dilma conseguirá impedir a aprovação do impeachment. É o que manda a Constituição.
Líderes da oposição admitem, mediante a garantia de que seus nomes não serão revelados, que o governo conta com cerca de 220 a 250 votos fiéis, hoje.
Mas nada é menos fiel do que um político. Com medo de não se reeleger, e agora de ser preso, ele é capaz de entregar a mãe, quanto mais o voto. Que o diga o ex-presidente Fernando Collor.
No dia da cassação do seu mandato, ele viu, sem, acreditar, senadores que imaginava fiéis a si votarem por sua condenação. Collor é senador do PTB de Alagoas, denunciado à Justiça por roubo. Nada aprendeu.
Sem o ronco assustador das ruas, Dilma governará até o fim do seu mandato. É por isso que a oposição quer empurrar com a barriga a data de votação do impeachment no plenário. É também por isso que o governo quer apressá-la.
Para tal, seria suspenso o recesso de fim de ano do Congresso. Haveria menos tempo para as ruas roncarem. A oposição está se guardando para quando o carnaval chegar.
Temer, também. Sua posição é delicada. O governo tudo fará para constrangê-lo. Começou a fazer. No Recife, à caça de apoio e do mosquito da dengue, Dilma elogiou Temer como uma pessoa leal e um “grande advogado”.
Hipocrisia! Dilma está convencida de que ele conspira para derrubá-la. E que age assim desde que pregou o aparecimento de alguém para unificar o país. Na ocasião, só faltou dizer: “Esse cara sou eu”.
O vice será submetido a uma dieta básica de reuniões oficiais, fotografias com Dilma e perguntas de interessados em saber se ele está pronto para dar uma “traidinha”.
Em 1996, a expressão "traidinha" foi introduzida em definitivo no vocabulário político do país pelo então líder do PPB na Câmara, Wigberto Tartuce, ao votar favoravelmente à reeleição de presidente, governadores e prefeitos. O PPB era contra.
Dilma se vale de um discurso marqueteiro para vencer a guerra do impeachment. Diz que não roubou e que nunca teve contas bancárias lá fora.
Chama Eduardo para a briga quando não é com ele que deve brigar, mas com os fatos que lhe imputam. Dilma é acusada de ter feito despesas sem autorização do Congresso. Se o Congresso entender que fez, ela irá embora. Simples assim.
Impeachment não é golpe. A Constituição prevê.
Bill Clinton escapou de um impeachment por poucos votos. Quase perdeu a presidência dos Estados Unidos ao negar que fizera sexo com uma estagiária na Casa Branca.
Alegou que sexo oral não é sexo. Passatempo, talvez.
07 de dezembro de 2015
Ricarodo Noblat
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