"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

OPOSIÇÃO ESMAGA CHAVISMO NAS URNAS E PODE ATÉ CONSEGUIR DOIS TERÇOS DA ASSEMBLEIA NACIONAL

Com esse número, pode começar a desmontar a loucura cleptocrata que tomou conta do país. 
Ah, sim: LULA PERDEU MAIS UMA ELEIÇÃO!


Não foi uma simples vitória. Foi um massacre. A oposição venezuelana esmagou o chavismo nas eleições deste domingo. A MUD (Mesa da Unidade Democrática) venceu o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) por espantosos 68% a 32%. As perspectivas mais otimistas falavam numa diferença de 20 pontos. Foi de quase 40. Os opositores de Nicolás Maduro lograram êxito em nada menos de 19 Estados. O oficialismo só venceu em seis (Sucre, Delta, Amacuro, Guárico, Apure e Cojedes).

No resultado parcialmente divulgado na noite deste domingo, a oposição havia já conquistado 99 cadeiras da Assembleia Nacional, contra 46 do governismo. A expectativa é que a MUD fique com 113 cadeiras, contra apenas 54 do PSUV. Compareceram às urnas 75% dos eleitores inscritos, numa participação surpreendente.

Caso se confirmem esses números, o desmonte do modelo chavista pode ser mais rápido do que se imaginava, já que a oposição ficaria com mais de dois terços dos votos da Assembleia. Isso já lhe garante, por exemplo, o poder para destituir o vice-presidente executivo do país, conforme determina o Artigo 240 da Constituição.

De acordo com o Artigo 343, dois terços da Assembleia também têm poder para aprovar reforma constitucional, que tem de ser submetida a referendo. Mas há um pouco mais do que isso: dois terços também podem convocar uma Assembleia Nacional Constituinte, segundo estabelece o Artigo 348.

E que se note: a atual Constituição estabelece, no Artigo 72, que qualquer mandato pode ser revogado, inclusive o do presidente, desde que transcorrido pelo menos metade do mandato. Para tanto, basta que 20% dos eleitores da circunscrição dada solicitem o referendo — no caso do mandato presidencial, 20% dos eleitores do país. Se ao menos 25% dos eleitores inscritos comparecerem ao referendo e se, no mínimo, igual número que elegeu votar a favor da revogação, o mandato chega ao fim.

Eleito em 2013, o mandato de Nicolás Maduro vai até 2019. Isso significa que, caso 20% dos eleitores solicitem a revogação do seu mandato, ela já pode votada a partir de abril do ano que vem.

Redutos
O governismo foi esmagado em Estados que o chavismo considerava redutos, como Mérida, Aragua, Bolívar, Táchira, Anzoátegui, Carabobo e Distrito Capital, Caracas.

Para quem gosta de simbolismos, há um forte: a oposição venceu a eleição em todos os distritos do Estado de Barinas, onde nasceu Hugo Chávez. Caracas elege nove deputados. Pois bem: todos eles pertencem à oposição.

Observadores relatam que as televisões estatais fizeram forte campanha em favor do governo — a oposição, claro!, estava impedida de ter acesso à radiodifusão. Ainda assim, a derrota do chavismo é humilhante.

Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional, reagiu de modo ambíguo à derrota acachapante. Disse: “Admitimos absolutamente os resultados destas eleições. A nosso povo revolucionário, agradecimento eterno. O caminho é a pátria”. Mais tarde, comentou: “Ninguém disse que iria ser fácil. Que essa derrota nos sirva de força para seguir o caminho da revolução bolivariana e chavista”. Ulalá!

Maduro, o ditador, tentou não acusar o golpe, posando de estadista: “Vimos com nossa moral, com nossa ética, reconhecer esses resultados adversos e aceitá-los. E dizemos à Venezuela que triunfaram a Constituição e a democracia”.

Mas Maduro é quem é. Mesmo dizendo que reconhece o resultado, afirmou que o povo deve continuar unido para impedir esse “plano contrarrevolucionário de desmantelar o estado social-democrático de justiça e de direito”. E ameaçou: “Defenderemos o nosso povo de qualquer maneira”.

O que isso quer dizer? Os próximos dias dirão. O ditador asqueroso fingia não ver que mais de dois terços do país votaram contra o seu governo.

Ah, sim: Lula perdeu mais uma! Foi derrotado na Argentina. Agora, perdeu na Venezuela. E a onda já chegou com força ao Brasil, não é mesmo?

07 de dezembro de 2015
Reinaldo Azevedo

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