"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

DESPENCANDO ATÉ O FUNDO DO POÇO



De repente, o país toma conhecimento de números que os governos tentavam esconder desde os tempos de Fernando Henrique. Nossa dívida pública beira os 4 trilhões de reais. Basta atentar para que só neste ano de 2015 vamos pagar 520 bilhões de juros. Pagar para quem? Para bancos estrangeiros e nacionais e para investidores de todos os matizes, além de especuladores aos montes.
Saber quantos bandidos estarão se locupletando com a farra é tão importante quanto saber por que os juros alcançam 14,25%: porque dessa artéria aberta escoa o sangue de nossa soberania. Jamais as administrações dos tucanos e dos companheiros tentaram estancar o fluxo de recursos para os bandidos daqui e lá de fora.
Muito mais do que o roubo do mensalão e do petrolão vem sendo o assalto à economia nacional. Como consequência, todos os que podem também metem a mão, daí a inflação, a recessão e o desemprego.
Não será com Joaquim Levy ou com Henrique Meirelles que se conseguirá inverter a equação. Um era ou continua sendo economista do Bradesco. Outro foi presidente do Banco de Boston. Para eles, deve prevalecer o interesse do mundo financeiro.
O resto são perfumarias, mesmo chocantes como a declaração de Dilma, em plena campanha de 2014, de que o Brasil havia alcançado o patamar do pleno emprego. Hoje continua mentindo, divulgando estar o desemprego no nível de 8.7%. Trata-se de mal escondida farsa, porque no mínimo os percentuais ultrapassaram os 10%.
ALTERNATIVAS
A gente fica pensando na saída, sabendo que não existe, pelo menos dentro das regras do jogo atual. Alternativas inexistem para o PT, o PMDB e o PSDB. Todos praticam o mesmo diagnóstico. Da sociedade à margem da ortodoxia partidária, pior ainda. Resultado: continuamos despencando até o fundo do poço.
Diante das ilações e dos boatos de que a presidente Dilma não resistirá por muito mais tempo para substituir Joaquim Levy por Henrique Meirelles, começa a ser admitido no palácio do Planalto que Madame deveria aproveitar a oportunidade e recompor todo o ministério. 
Porque ministros há, entre os sete do PMDB e outros tantos de variadas origens, que nem disseram a que vieram. Admite-se até que a presidente nem conheça todos pelo nome, quanto mais suas atribuições. 
Teria chegado a hora da interrupção do fisiologismo ministerial e da busca dos melhores em cada setor, sem considerações partidárias. 
O problema é que essa solução tem prazo. De nada adiantou a Fernando Collor compor o maior ministério da história do país. Não deu mais tempo…

18 de novembro de 2015
Carlos Chagas

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