Os Estados Unidos, a França, a Arábia Saudita e os aliados da OTAN depuseram e mataram Saddam Hussein, e o Iraque tornou-se terra de ninguém, com bandos que usam armas fornecidas pelos próprios Estados Unidos para que insurgentes iraquianos ajudassem a derrubar o Exército de Saddam, agora em luta entre si e sem governo central, tendo tornado o país inabitável e parcialmente dominado pelo Estado Islâmico.
Os EUA e seus aliados abandonaram o Iraque à própria sorte, arruinaram um país que vivia numa ditadura, mas pelo menos tinha estrutura e havia relativa paz, com comércio funcionando, indústrias, petróleo, governados por um poder central. Agora, é uma anarquia do “salve-se quem puder”.
O pretexto dos Estados Unidos era implantar uma democracia no Iraque. Mas não foi nada disso o que fizeram.
Depois foi a vez da Líbia, que vivia sob a ditadura de Mohamar Khadaffi, que unificou (à força) toda a Líbia, onde havia paz, com a indústria do petróleo e as instituições funcionando.
Novamente os Estados Unidos foram lá com o pretexto de “implantar uma democracia”. Mataram Mohamar Khadaffi.
A Líbia transformou-se em uma terra de ninguém, igual ao Iraque, com bandos e tribos que usam armas fornecidas pelos Estados Unidos e Arábia Saudita (que, aliás, é a mais cruel ditadura do Golfo e lá os EUA nunca falaram em implantar uma democracia, já que é um país aliado).
Qual o objetivo disso? Por que os EUA e aliados destroem e depois abandonam? Por que destruíram e pulverizaram em pequenas regiões inimigas entre si dois países do Oriente Médio. Qual a lógica ?
E NA SÍRIA?
Novamente os Estados Unidos, junto com Arábia Saudita, França, Jordânia e Turquia, entraram na guerra civil deflagrada na Síria, armando mercenários com o codinome “Exército Livre”, uma verdadeira Legião Estrangeira, com mercenários de vários países combatendo o Exército sírio comandado por Bashar Al Assad.
Os Estados Unidos dirigiram suas bombas contra o Exército regular da Síria e passaram a apoiar o Estado Islâmico, que se uniu aos mercenários, porque todos lutam para derrubar o ditador da Síria. Lá ficaram muitos meses bombardeando regiões desérticas para mostrar serviço para a mídia ocidental, pouco fizeram contra o Estado Islâmico, que só fez crescer.
Até que chegaram os russos, e já na primeira semana desferiram bombardeios contra o Estado Islâmico infinitamente mais certeiros do que os dos Estados Unidos, colocando os terroristas em recuo em diversas regiões.
A Rússia tem reforçado o Exército regular da Síria, que passou a ter menos baixas e mais armas para combater o Estado Islâmico.
OBSESSÃO
Ora, por que a obstinação de Obama em derrubar do poder Bashar Al Assad? Provavelmente iria fazer na Síria o mesmo que fizeram no Iraque e na Líbia: matam Assad, deixam um vácuo de poder e a Síria desaparece como nação, ficando à mercê de bandos armados e rivais, municiados pelos Estados Unidos e entregues à sua própria sorte.
Com a agravante de que Assad é apoiado pelos alauítas (de que faz parte) e os cristãos. Estes últimos seriam degolados se o Estado Islâmico tomasse o poder.
O problema de Obama não é instaurar democracias, porque se fosse, enviaria tropas para destruir a ditadura da Arábia Saudita, país a ele aliado.
Então, qual o motivo lógico de os Estados Unidos se meterem em países como Iraque, Líbia e agora Síria para fazer este sujo serviço?
A resposta eu tive ontem, numa despretensiosa e acrítica reportagem do jornal Pravda: tudo isso tem sido feito para atender interesses de Israel no Oriente Médio.
Na reportagem, cujo início reproduzo abaixo, vejam que Israel juntou-se aos Estados Unidos e à França para combater os russos e o Exército regular da Síria. Eureka!!! Ficou tudo explicado.
“A força aérea israelense lançou um ataque aéreo, que partiu da região sudeste, atingindo a zona industrial e os hangares do Aeroporto Internacional de Damasco, que estão localizados nas proximidades da sala de embarque. 12 cidadãos sírios ficaram feridos e foram transferidos para os hospitais de Damasco”, segundo a Embaixada da República Árabe da Síria.
18 de novembro de 2015
Ednei Freitas
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