"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

PESQUISAS DO IBOPE E DATAFOLHA NORTEIAM CAMPANHAS DOS CANDIDATOS

  

Antigamente eram maiores as reações contrárias às pesquisas eleitorais, hoje permanecem porém em escala muito menor. Apesar dessa evolução, comprovada pelos acertos dos levantamentos, ainda há setores que permanecem nelas não acreditando sempre que os números não favorecem os candidatos de sua preferência. Verifiquei isso quando participei como assistente de palestra realizada pelos professores Jairo Nicolau na residência do ex-deputado Luis Alfredo Salomão, levado por um amigo comum, da equipe da direção de Furnas.
 
Na realidade não encontro motivos para descrédito das estatísticas, sobretudo porque em função delas os candidatos norteiam as campanhas que realizam. A presidente Dilma Rousseff, por exemplo, mudou de rumo e alvo. Concentrava seu combate contra Aécio Neves e alterou seu alvo a partir do momento em que as pesquisas, tanto as do Datafolha quanto as do IBOPE, apresentaram a subida espetacular de Marina Silva, que, em apenas duas semanas, passou de 21 para 34 pontos. O alvo da presidente da República passou a ser a ex-senadora do Acre.
 
Na luta pela colocação que possa permitir sua classificação para o segundo turno, Aécio Neves também passou a dirigir ataques a Marina Silva, procurando destacar a falta de base parlamentar a sua candidatura. Na edição de O Globo, dia 4, quinta-feira passada, reportagem de Cássio Bruno e Leandra Lima focaliza um pacto firmado entre os candidatos ao governo do Rio de Janeiro, Lindberg Farias e Marcelo Crivella, contra Garotinho e Luiz Fernando Pezão, que passaram a polarizar a disputa pelo Palácio Guanabara.
 
NÃO-AGRESSÃO
Sob a capa de pacto de não-agressão, uniram-se contra os adversários apontados pelos institutos como os mais fortes. O primeiro turno realiza-se a 5 de outubro. O segundo a 26 do próximo mês. Como antes de resolvido o primeiro embate, dois candidatos se unem pelo desfecho final das urnas? É claro que, sentindo perda de espaço na maratona, Crivella e Lindbergh uniram-se para melhorar suas posições em primeiro turno. Tudo  isso em função dos resultados apontados pelo Datafolha e Ibope até agora.
 
Essas atitudes, todas elas, demonstram tácita e claramente que os personagens citados acreditam na firmeza das estatísticas envolvendo as intenções de voto. Caso contrário, não mudariam de rumo e de alvo. E que, na verdade, além das colocações, os levantamentos apontam tendências. A tendência declinante de Aécio neves, por exemplo, tornou-se um fato concreto e bastante sensível junto ao eleitorado após seu recuo ter sido publicamente assinalado. As pesquisas não criam fatos, da mesma forma que a imprensa, mas assinalam e acentuam realidades. Os jornais não inventam fatos. Expõe, os acontecimentos, isso sim. Os levantamentos do Ibope e Datafolha não criam posições eleitorais, somente as revelam.
 
Quanto aos seus efeitos, trata-se de outra coisa. A repercussão no que hoje se chama mídia conduziu e provocou o julgamento dos acusados pelo mensalão, bomba que explodiu no segundo mandato do presidente Lula. O principal acusado (e condenado) foi o ministro chefe da Casa Civil. As pesquisas de agora polarizam a disputa final pela presidência da República entre Dilma Rousseff e Marina Silva. No Rio de Janeiro conduziram a polarização entre Anthony Garotinho e Luiz Fernando Pezão. Refletiram atmosferas existentes. Não as criaram e produziram. Imprensa e pesquisas não são instrumentos mágicos. São fatores reais das sociedades e dos regimes democráticos.
 

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