Antes mesmo da delação vir à tona, petistas ligados a Dilma diziam que ela tentou retirar Paulo Roberto do posto, mas sempre esbarrava no apoio de partidos da base aliada. Ele chegou ao cargo pelas mãos do PP, mas depois foi abençoado pelo PT e pelo PMDB.
Ainda assim, mesmo se não tiver envolvimento direto da presidente – e as indicações iniciais é que não há – Dilma sai chamuscada, segundo aliados, por deixar o ex-diretor atuar no cargo.
EFEITO RETARDADO
Um peemedebista não envolvido pelas denúncias de Paulo Roberto disse que o efeito jurídico da delação premiada ainda vai demorar, ocorrendo possivelmente apenas após as eleições. As declarações dele, citou, terão de ser confrontadas com provas e posteriormente homologadas pela Justiça – nos casos que envolvem autoridades com foro privilegiado caberá ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, referendar o acerto.
Mas para esse cacique do PMDB o efeito político-eleitoral já começou. “O estrago pode ser grande”, disse. Os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), candidato ao governo potiguar, do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que aposta suas fichas na eleição do filho como governador do Estado, e o tesoureiro do PT, João Vacari, foram alguns dos citados pelo ex-diretor.
O impacto eleitoral, ponderam, vai depender da contundência e das provas que Paulo Roberto apresentar.
As revelações de Paulo Roberto podem dar um último suspiro à campanha do tucano Aécio Neves, em terceiro lugar na corrida ao Palácio do Planalto. Além do esquema ter prosperado no governo Dilma, a campanha de Marina Silva pode ser atingida. Na delaçãoO ex-diretor citou Eduardo Campos, a quem Marina sucedeu.
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