Energia barata e custos salariais controlados ajudam a fortalecer a economia norte-americana, segundo o Livro Bege do Fed, o banco central dos EUA. A expansão é vista como "modesta a moderada". Ou seja, não é um ritmo vigoroso, mas dá sinais de consistência. É o que dizem os indicadores do Fed e de outras fontes relativos a emprego, consumo, competitividade industrial e atividade imobiliária.
O índice de confiança do consumidor avaliado pela Reuters e pela Universidade de Michigan, divulgado ontem, mostrou evolução de 75,1 pontos, em novembro, para 82,5 pontos, no início deste mês, segundo dados preliminares. Melhoraram muito os índices de condições atuais (de 88 para 97,9 pontos) e de expectativas (de 66,8 para 72,7 pontos). Ademais, não se esperam novas pressões inflacionárias.
Quanto à competitividade, as exportações de bens e serviços cresceram 1,8% entre setembro e outubro, permitindo a redução do déficit comercial (tradicionalmente muito elevado, de US$ 40,6 bilhões, em outubro, e de US$ 402,1 bilhões, entre janeiro e outubro). Mais importante é que esse déficit foi superior (US$ 450 bilhões) em igual período de 2012, chegando a atingir US$ 750 bilhões ao ano, na década passada.
A atividade imobiliária saiu do fundo do poço e começa a retomar, principalmente na construção de apartamentos. A recuperação do mercado de imóveis tem altos e baixos, mas os níveis já superam os de 2012, segundo o Livro Bege. E já se observa um aumento na demanda de crédito imobiliário.
O emprego, afinal, dá sinais de maior reação, com a menor taxa de desocupação dos últimos cinco anos. O setor privado abriu 215 mil vagas em novembro, acima das expectativas, segundo o Relatório Nacional do Emprego.
No terceiro trimestre, segundo o Departamento de Comércio, o PIB norte-americano cresceu 3,6% em bases anualizadas, 0,8 ponto porcentual acima das primeiras estimativas e a maior taxa desde o primeiro trimestre de 2012. A recuperação se deveu à alta de estoques, mas, mesmo sem esse fator, seria de 2%.
Com o juro básico próximo de zero - e a recompra mensal de US$ 85 bilhões em papéis de longo prazo pelo Fed -, a retomada foi mais fácil. A perspectiva de fim da recompra e aperto monetário, com alta de juros, poderá limitar a recuperação. Mas mais importante é que os EUA crescem em meio a um forte ajuste fiscal, graças à confiança das famílias e das empresas.
08 de dezembro de 2013
Editorial do Estadão
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