"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 8 de dezembro de 2013

BRASILEIROS SE DIVIDEM SOBRE IMPOSTOS E PAPEL DO GOVERNO

Metade quer mais benefícios e metade quer menor dependência, diz Datafolha
 
Brasileiros se dividem sobre impostos e papel do governo
 
Para 49%, seria melhor pagar menos tributos e buscar serviços no setor privado; 43% preferem contar com o governo
 
Nada divide tanto os brasileiros como a concepção do papel que o Estado deve ter em suas vidas. É o que mostra a mais completa pesquisa do Datafolha sobre as inclinações ideológicas do país.
 
Confrontados com afirmações antagônicas sobre vários temas, as pessoas se dividiram simetricamente ao falar de suas relações com o Estado.
 
Para 47%, quanto mais benefícios receber do governo, melhor. Para outros 47%, quanto menos a pessoa depender do governo, melhor.
 
No Nordeste, a região mais pobre do país, e entre pessoas que recebem até dois salários mínimos, estrato mais baixo de renda, a preferência pela ajuda do governo atinge 53%.
 
Outra questão que divide bastante a população tem a ver com a elevada carga tributária do país e a qualidade dos serviços que o governo oferece. Para 49%, seria preferível pagar menos tributos e contratar serviços particulares de saúde e educação.
 
É o que pensam 60% das pessoas que ganham mais de dez salários mínimos.
A formulação alternativa, pagar mais impostos e ter saúde e educação gratuitas, é preferida por 43% da população.
 
O Datafolha faz pesquisas sobre as preferências ideológicas da população desde setembro de 2012, mas esta foi a primeira vez em que os assuntos econômicos foram incorporados ao questionário. Foram realizadas 4.557 entrevistas em 194 municípios, nos dias 28 e 29 de novembro.
 
Os resultados mostram que o brasileiro médio preza valores comportamentais de direita, mas manifesta acentuadas tendências de esquerda no campo econômico.
Em todo o país, 41% identificam-se mais com ideias de esquerda ou centro-esquerda. Outros 39% são mais simpáticos aos valores de direita ou centro-direita.
 
A pesquisa deixa evidente a simpatia que os brasileiros têm pela ação do Estado. Quase 70% acham que o governo deveria ser o principal responsável pelo crescimento econômico do país, e não as empresas privadas.
Além disso, 58% entendem que as instituições governamentais precisam atuar com força na economia para evitar abusos das empresas.
 
Um contingente de 57% diz que o governo tem obrigação de salvar as empresas nacionais em apuros quando elas enfrentam risco de falência. E 54% associam leis trabalhistas mais à defesa dos trabalhadores do que à ideia de empecilho às empresas.
 
Nas questões de comportamento, os resultados da pesquisa foram semelhantes aos de levantamentos anteriores produzidos pelo Datafolha.
Quando o assunto é religião ou drogas, há quase uma unanimidade nacional. Quase 90% acham que acreditar em Deus torna alguém melhor.
E 83% continuam a favor da proibição das drogas.
 
08 de dezembro de 2013
RICARDO MENDONÇA - FOLHA DE SÃO PAULO

Nenhum comentário:

Postar um comentário