É um "genoino" petralha. O irmão assinou sem ler e ele, como Lula, disse que não sabia.
O deputado federal pelo Ceará José Nobre Guimarães assume nesta quinta-feira (12) o cargo de 1º vice-presidente na Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores. O parlamentar, que é líder do PT na Câmara Federal e irmão de José Genoíno, ex-presidente do partido recentemente preso por corrupção no caso do mensalão, é cotado ainda para ser um dos coordenadores à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Em 2010, o petista foi coordenador da campanha no Nordeste.
Como todos sabem, Guimarães ficou nacionalmente conhecido quando um de seus assessores, José Adalberto Vieira, foi preso pela Polícia Federal no aeroporto de Congonhas com 100 mil dólares na cueca, em 2005.
No entanto, outro episódio menos famoso mas não menos polêmico pode constranger a sigla em 2014, ano eleitoral. Quando estourou o escândalo do mensalão e todos souberam das ações do empresário Marcos Valério, o operador do esquema condenado à prisão pelo STF na ação penal 470, José Guimarães admitiu ter recebido R$ 250 mil ilegais do valerioduto em 2003 para quitar dívidas da campanha eleitoral de José Airton Cirilo para o governo estadual, disputada no ano anterior, por intermédio do tesoureiro Delúbio Soares, outro condenado.
Vale dizer que Guimarães não foi condenado em nenhum dos casos. Alegou que nada sabia das atividades do assessor (que disse que a grana foi o apurado da venda de legumes), nem da origem dos recursos enviados por Marcos Valério. Houve um processo de cassação na Assembleia Legislativa por quebra de decoro, mas com o apoio do próprio partido e de deputados do grupo cirista liderados por Ivo Gomes, o petista manteve o mandato.
O resto é história. Guimarães deu a volta por cima, consolidando a posição de nome influente nos círculos de Brasília e junto a órgãos federais, como o Banco do Nordeste. O risco disso tudo, para a presidente (que tem evitado referências a Dirceu, Genoíno e Delúbio) é ter como coordenador de campanha alguém que se notabilizou por escândalos ligados “recursos não contabilizados”.
(Tribuna do Ceará)
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