Para Iata, aeroportos estão sendo 'remendados' para Copa do Mundo. Entidade se diz preocupada como infra-estrutura no Brasil
GENEBRA - Os aeroportos brasileiros estão sendo "remendados" para lidar com o fluxo de torcedores na Copa do Mundo. Mas não darão conta da expansão do mercado doméstico brasileiro e as medidas não atendem as necessidades de longo prazo. A crítica é da Associação Internacional de Transporte Aéreo, que ataca o modelo de privatização dos aeroportos e acusa o País de estar praticando os preços mais elevados do mundo em combustíveis de avião por conta de impostos.
Epitácio Pessoa/Estadão
Associação crítica os aeroportos do Brasil
Hoje, a entidade que reúne as 240 maiores empresas do mundo publicou seus resultados anuais, apontando para uma elevação nas projeções de lucros do setor para 2013, passando para US$ 12,9 bilhões, um bilhão a mais que a projeção. Em 2014, esse lucro chegaria a US$ 19,7 bilhões. Isso representa um lucro de 6 dólares por passageiros.
Na América Latina, a previsão é de uma expansão dos lucros das companhias para US$ 700 milhões em 2013, saltando para US$ 1,5 bilhão. Mas empresas enfrentam problemas de infra-estrutura que não atende a expansão da demanda.
Um dos focos de críticas vai ao Brasil. Segundo a Iata, os impostos cobrados pelo governo tornam o combustível 17% mais caro que a média mundial.
O modelo de privatização também é questionado, assim como as reformas e gestão dos aeroportos no futuro. Para a Copa, o diretor da Iata, Tony Tyler, estima que os "remendos" feitos nos aeroportos serão suficientes para lidar com o fluxo de torcedores pelo País.
"Mas não estou tão confiante sobre a situação no longo prazo", declarou Tyler. "Uma segunda etapa da privatização está mostrando melhores perspectivas porque exige que empresas tenham uma experiência significativa na gestão de aeroportos. Mas a estrutura regulatória para os impostos ainda não está em linha com os padrões da ICAO", alertou.
Ele acusa o sistema de não prever que companhias aéreas sejam consultadas no estabelecimento das taxas, aponta que não existe um teto para diversos impostos e que existe um "conflito de interesse" na gestão da Infraero.
12 de dezembro de 2013
Jamil Chade - O Estado de S. Paulo
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