CCJ do Senado rejeita audiência com Tuma Junior. Ex-secretário nacional de Justiça faz revelações em livro-bomba. VEJA mostrou relato sobre uso da máquina contra opositores e conta do mensalão nas Ilhas Cayman
APARELHO CLANDESTINO - Romeu Tuma Junior: "Recebi ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo" (Paulo Vitale)
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado rejeitou nesta quarta-feira um requerimento de convite a Romeu Tuma Junior, secretário nacional de Justiça durante parte do governo Lula. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) queria que ele fosse ouvido a respeito das revelações de seu novo livro, "Assassinato de Reputações - Um Crime de Estado".
VEJA mostrou trechos do livro em que Tuma Junior revela, dentre outros fatos, o uso da máquina pública para montar dossiês contra adversários, o esquema de corrupção que motivou a morte do ex-prefeito de Santo André, o petista Celso Daniel, e a existência de uma conta criada nas Ilhas Cayman para movimentar recursos do mensalão.
A base aliada se mobilizou pela derrubada do requerimento. "O Senado não cumpre um de seus deveres essenciais, que é o de fiscalizar o Executivo. As denúncias são da maior gravidade: o que se denuncia é a existência de um aparelho policial marginal na estrutura da administração federal", criticou o senador Alvaro Dias, autor do requerimento, após a sessão.
Agora, Dias quer fazer um convite extra-oficial para que Tuma Junior compareça ao Senado e fale a parlamentares interessados. Também nesta quarta, a base governista conseguiu o adiamento da votação de um convite a Tuma Junior na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Com isso, o requerimento só voltará a ser analisado - se for - em 2014.
12 de dezembro de 2013
Gabriel Castro - Veja
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