Deputado trabalhou para criar a Rede, cujo registro foi negado pelo TSE
O deputado federal Miro Teixeira deixou o PDT e se filiou nesta sexta-feira ao recém-criado PROS, partido pelo qual deve disputar o governo do Rio. O parlamentar trabalhou ao lado da ex-senadora Marina Silva pela criação do Rede Sustentabilidade, que teve o registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na segunda-feira, Miro ligou para o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, comunicando da decisão de sair do partido. Fez dois comunicados, um para o caso de o Rede sair do papel, o que acabou não acontecendo, e outro afirmando que ia para o PROS, após receber convite do deputado federal Hugo Leal e do ex-ministro Ciro Gomes.
Miro estava no PDT desde de 1988, mas passou nesse período por PT e PPS. Não chegou a disputar eleição por nenhum dos dois. O parlamentar afirma que estava sentindo que era um incômodo para o partido.
- Percebi que para o PDT, na organização burocrática, eu estava sendo incômodo. O partido muito próximo do governador Sérgio Cabral e isso a mim não agrava - disse ao GLOBO.
A vontade de Miro é concorrer ao governo do Rio e, no PDT, ele sentia que isso não seria sequer discutido:
- Nunca é fácil (deixar um partido em que se está há tanto tempo). Agora, depois de tomada a decisão, você fica muito tranquilo. A angústia é quando está se organizando o processo de convencimento, mas você fica tranquilo (com a decisão) quando você se convence e chega à conclusão de que está sendo excluído de uma disputa e que já há uma pré-determinação de apoiar o candidato do governador. O Lupi negava para mim, mas não era isso que eu via nos jornais. Mas, a saída é sem ressentimento.
O agora ex-pedetista afirmou que não condicionou sua ida ao PROS à candidatura ao governo do Rio e que a iniciativa neste sentido foi do próprio Hugo Leal, o articulador da nova sigla no estado. Miro disse ainda que não há preferência ou rejeição a nenhum partido tendo em vista a aliança para a disputa.
- Acho que a primeira discussão tem que ser dentro do próprio partido. Temos que produzir um ambiente de debate - declarou Miro.
O deputado afirmou que o escândalos envolvendo pessoas do PDT não afetaram sua decisão de deixar a sigla:
- O responsável pelo crime é quem o comete, no PDT ou em qualquer partido. Não é a legenda que fica maculada. Tem muita gente boa no PDT, lutadores antigos de batalha arriscadas. Muitos desses se sentiram excluídos e saíram.
04 de outubro de 2013
Juliana Castro - O Globo
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