Brasil precisa crescer mais de 3% para recuperar perspectiva positiva de rating, diz Moody’s. Vice-presidente da agência, Mauro Leos-Lopez diz que crescimento precisa ser sustentável
Segundo ele, a perspectiva “estável” atribuída ao rating dos títulos soberanos brasileiros - atualmente em “Baa2” pela agência, nota considerada grau de investimento (seguro para se investir) - levou em consideração que o governo vai reduzir empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES, como tem declarado o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nas últimas semanas. Mantega comentou mais de uma vez que os financiamentos de projetos teriam participação “com mais força” dos bancos privados.
- O Mantega tem falado muito que a relação de Tesouro com banco públicos vai mudar. Essa mensagem foi considerada na perspectiva estável, nós a incorporamos. Ela tem um papel importante no indicadores de endividamento do país. E se por alguma razão isso não acontecer, se os empréstimos não forem reduzidos aos bancos públicos, isso pode colocar mais pressão negativo (sobre o rating brasileiro). É um elementos importantes - disse Leos-Lopez.
No comunicado divulgado ontem, a agência informou que a antiga perspectiva do rating era sustentada por tendências positivas de indicadores econômicos e fiscais, o que foi interrompido. É o caso dos investimentos em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país), que de 20,2% em 2010 para 17,6% no ano passado. E também da relação entre a a dívida e o PIB do país, atualmente em cerca de 60%.
- Nós acreditamos que essa recuperação dos investimentos vai ser modesta neste e no próximo ano, abaixo da média de outros países. Pode haver uma retomada a partir de 2015, apoiado por investimentos em infraestrutura que estão sendo elaborados. Mas, se isso não acontecer, a partir de 2015 a nota de classificação de risco brasileira pode ter um impacto negativo - acrescentou o analista.
Além da Moody’s, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) também mudou sua perspectiva para o rating do Brasil, só que em junho deste ano. No caso da S&P, porém, a perspectiva passou de “estável” para “negativa”, ou seja, o rating brasileiro pode ser cortado. No comunicado ao mercado, à época, a S&P informou que as chances de um corte do rating era de uma para três nos 24 meses seguintes. Já a Fitch, que fecha a trinca das três mais importantes agência de rating do mundo, manteve a nota de classificação de risco brasileiro em perspectiva estável em julho.
04 de outubro de 2013
Bruno Villas Bôas - O Globo
O Brasil precisa voltar a crescer acima de 3% ao ano, em bases sustentáveis, para recuperar a perspectiva “positiva” de nota de classificação de risco, disse nesta quinta-feira ao site do GLOBO o vice presidente da agência Moody’s, Mauro Leos-Lopez. Na noite de ontem, a agência reduziu a perspectiva do rating soberano brasileiro de “positiva” para “estável”, citando a expectativa de que o ritmo de crescimento da economia brasileira ficará pouco acima de 2% neste e no próximo ano.
O Brasil poderia crescer acima de 3% em curto prazo aumentando gastos públicos, mas isso não seria um crescimento sustentável. O importante são as tendências, o crescimento de médio prazo. E o crescimento em médio prazo sustentável virá com aumento dos investimentos em infraestrutura - disse Leos-Lopez, analista da Moody’s sediado em Londres.
Segundo ele, a perspectiva “estável” atribuída ao rating dos títulos soberanos brasileiros - atualmente em “Baa2” pela agência, nota considerada grau de investimento (seguro para se investir) - levou em consideração que o governo vai reduzir empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES, como tem declarado o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nas últimas semanas. Mantega comentou mais de uma vez que os financiamentos de projetos teriam participação “com mais força” dos bancos privados.
- O Mantega tem falado muito que a relação de Tesouro com banco públicos vai mudar. Essa mensagem foi considerada na perspectiva estável, nós a incorporamos. Ela tem um papel importante no indicadores de endividamento do país. E se por alguma razão isso não acontecer, se os empréstimos não forem reduzidos aos bancos públicos, isso pode colocar mais pressão negativo (sobre o rating brasileiro). É um elementos importantes - disse Leos-Lopez.
No comunicado divulgado ontem, a agência informou que a antiga perspectiva do rating era sustentada por tendências positivas de indicadores econômicos e fiscais, o que foi interrompido. É o caso dos investimentos em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país), que de 20,2% em 2010 para 17,6% no ano passado. E também da relação entre a a dívida e o PIB do país, atualmente em cerca de 60%.
- Nós acreditamos que essa recuperação dos investimentos vai ser modesta neste e no próximo ano, abaixo da média de outros países. Pode haver uma retomada a partir de 2015, apoiado por investimentos em infraestrutura que estão sendo elaborados. Mas, se isso não acontecer, a partir de 2015 a nota de classificação de risco brasileira pode ter um impacto negativo - acrescentou o analista.
Além da Moody’s, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) também mudou sua perspectiva para o rating do Brasil, só que em junho deste ano. No caso da S&P, porém, a perspectiva passou de “estável” para “negativa”, ou seja, o rating brasileiro pode ser cortado. No comunicado ao mercado, à época, a S&P informou que as chances de um corte do rating era de uma para três nos 24 meses seguintes. Já a Fitch, que fecha a trinca das três mais importantes agência de rating do mundo, manteve a nota de classificação de risco brasileiro em perspectiva estável em julho.
04 de outubro de 2013
Bruno Villas Bôas - O Globo
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