"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

GOVERNO DA VENEZUELA PROÍBE NOTÍCIAS SOBRE ESCASSEZ DE BENS

O Presidente Maduro incitou a população a ir para a rua e a fazer uma nova etapa da revolução bolivariana.
 
Nicolás Maduro quer acabar com a "guerra económica" até ao fim do mês AFP
O governo da Venezuela proibiu as notícias sobre a falta de alimentos e outros bens e vai multar o canal de televisão Globovisión por ter transmitido uma reportagem sobre o assunto.
Segundo a Comissão Nacional de Telecomunicações, a reportagem apresentada na rúbrica Caso de Investigação sobre a falta de automóveis e de outros produtos é passível de provocar problemas sociais, explicou o presidente da entidade, Pedro Maldonado, citado pelo jornal espanhol El País.
A Globovisión pode ser multada em 10% das suas receitas brutas de 2012.

O canal já tinha sido multado, há dois anos, em 7,5% das receitas brutas, por ter feito a cobertura noticiosa de um motim na prisão de El Rodeo. Nessa altura, o presidente do canal era um anti-chavista, Guillermo Zuloaga, mas, entretanto, a Globovisión foi vendida a um grupo de empresários com ligações ao regime de Caracas. Mas o governo do Presidente Nicolás Maduro, que há cinco meses sucedeu a Hugo Chávez (que morreu de cancro), considerou que a Globovisión foi longe de mais.

Maduro está em guerra contra as forças internas e externas, que culpabiliza pela escassez de alguns bens. Na Venezuela faltam muitos produtos, do leite ao papel higiénicos, e Maduro diz que se trata de uma "guerra económica" que tem como objectivo o estrangulamento da revolução bolivariana de Chávez. A guerra, já explicou, é orquestrada a partir do exterior e tem a colaboração interna da oposição e de agentes económicos (“especuladores” e “açambarcadores”, chamou-lhes Maduro).

Para perceber o mecanismo de produção do papel higiénico, a sua distribuição e a origem da escassez, Maduro ordenou no mês passado a ocupação de uma fábrica. O governo já gastou o equivalente a muitos milhares de euros a importar papel higiénico e vai gastar uma boa parcela do seu orçamento a comprar bens, sobretudo alimentares, ao exterior.

Agora, as notícias sobre a escassez foram proibidas e Maduro — que pediu às autoridades locais para estarem atentas e punirem os que as divulgarem — diz querer vencer a "guerra económica" até ao fim deste mês de Outubro.

Caso os mecanismos que provocam a escassez persistam, disse o Presidente num discurso no sábado, os venezuelanos sabem o que fazer: devem assegurar que a revolução bolivariana entra numa nova etapa.

"Vocês sabem o que fazer, sabem para onde devem ir... Tomar o poder em cada avenida, em cada estrada", disse.

04 de outubro de 2013
Público.pt

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