O cenário preferido do Planalto é uma eleição sem Marina Silva na cédula, mas assessores presidenciais acreditam que a ex-senadora, derrotada na sua tentativa de criar a Rede Sustentabilidade, pode se filiar a outro partido para disputar a Presidência, apesar de suas evasivas.
A avaliação reservada no governo é que Marina pode se filiar ao PPS, presidido pelo deputado Roberto Freire (PE), que vinha tentando atrair o tucano José Serra para ser seu candidato em 2014.
O sonho palaciano, contudo, é que Marina não fique só na ameaça e abandone seu projeto presidencial em 2014.
Estaria, assim, configurado o quadro eleitoral tão desejado pelo ex-presidente Lula: eleição do ano que vem decidida num único round, reeditando a polarização entre PT e PSDB. Não por outro motivo ele tentou dissuadir o presidente do PSB, o governador Eduardo Campos (PE), de disputar a Presidência.
Em segundo lugar nas pesquisas, Marina é quase uma garantia de que o pleito terá segundo turno. Em 2010, ela obteve quase 20 milhões de votos, ajudando a levar a disputa a uma segunda etapa entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra.
Num cenário de eleição em dois turnos, a equipe presidencial prefere que Dilma não tenha Marina como rival na fase final, mas o tucano Aécio Neves. Seria mais fácil traçar a estratégia contra o candidato do PSDB, sigla derrotada pelo PT nas três últimas eleições presidenciais.
Para assessores de Lula e Dilma, Marina será uma rival mais imprevisível e com chances de ser competitiva.
04 de outubro de 2013
VALDO CRUZ - Folha de São Paulo
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