Pertence, advogado de Lula, foi falar com Fachin
José Robalinho Cavalcanti, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), não crê na hipótese de que os ministros do Supremo Tribunal Federal venham a se curvar às indevidas pressões exercidas sobre eles pelos próceres petistas. Ele defende a prisão após o julgamento em Segunda Instância e acha que se o STF voltar atrás ocorrerá um retrocesso desastroso,o “maior retrocesso recente da história”.
Sobre as visitas que alguns ministros vem recebendo em seus gabinetes, Robalinho Cavalcanti é claro ao afirmar que, se ocorrer só o entra e sai, isso é normal. “Agora, se houve algum tipo de constrangimento pessoal, aí os ministros não se dobrarão às pressões”, diz ele, por isso ultrapassa os limites. “Mas creio que nenhum dos ministros vai se dobrar por qualquer tipo de pressão”, ressaltou o presidente da ANPR.
VISITA DE CORTESIA? – Sobre um possível constrangimento da visita que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, recebeu do ministro aposentado Sepúlveda Pertence, que agora é um dos advogados de Lula, o procurador Robalinho disse: “Se ele está fazendo uma visita de cortesia, está errado”.
Também o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto Carvalho Veloso, é favorável à prisão após condenação em Segunda Instância e acha que os ministros do STF não julgarão sob pressão. Sobre a legitimidade da verdadeira peregrinação dos partidários e defensores de Lula aos gabinetes dos ministros do Supremo, Veloso enfatiza que a Constituição e o Estatuto da OAB asseguram aos advogados o acesso aos magistrados. “Portanto, é um trabalho legítimo o de entrega de alegações de processos em curso aos juízes”.
Perguntado se essas visitas não soam como pressão para que os ministros decidam em favor do réu, disse que a história de vida do ministro Sepúlveda Pertence indica que ele age dentro da moralidade. “Temos confiança nos ministros do Supremo Tribunal Federal e eles não julgarão sob pressão de políticos”, salientou.
06 de março de 2018
José Carlos Werneck
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