Em entrevista concedida à revista “Veja” que está nas bancas neste fim de semana, o empresário Joesley Batista afirmou que o presidente Michel Temer não tinha “cerimônia” para pedir dinheiro e que sempre foi muito direto, definindo valores que precisava. De acordo com o delator, essa era uma postura comum à cúpula da bancada do PMDB, que também incluía o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, hoje preso pela Lava Jato.
“Esse Temer que você vê na televisão é falso. O verdadeiro é o que eu gravei. Aquele Temer que fala sem cerimônia”, disparou.
SEM PUDOR – Joesley diz que os políticos perderam o pudor ao falar de propina. “Falei com ministro no Ministério. O Guido (Mantega) na Fazenda, o Wagner Rossi e o Toninho Andrade na Agricultura. A Dilma, pô! Falei de propina com a presidente da República”, disse Joesley que ressalvou não usar a palavra “propina” nas conversas. “Essa palavra só aprendi agora. Falava ‘ajuda’. ‘Vou dar uma ajuda, um apoio’”, disse.
Quando questionado se com Temer também falava em termos mais amenos, ele negou. “Ele sempre foi muito direto, ele pedia dinheiro mesmo”, diz o delator.
Quatro meses depois de assinar um acordo de delação, em que denunciou 1.829 candidatos eleitos de 28 partidos, ele diz que mudou e passou a enxergar as coisas por outro ângulo. “Nós somos empresários e os empresários estão subordinados ao Estado. Se os mandatários do Estado negociam com você daquela forma, você acaba achando que opera dentro de um padrão de normalidade. A gente vai ficando anestesiado”, disse, explicando que começou a mudar de ideia quando a Polícia Federal fez uma busca e apreensão na sua casa. Segundo ele, foi quando começou a descobrir que “era um criminoso”.
BOICOTE À DELAÇÃO – Joesley desconfiou que o governo Temer tentava impedir a sua delação. Ele teria escalado o advogado Willer Tomaz, hoje preso, e o procurador (acusado de dar informações sigilosas ao empresário) Ângelo Goulart para impedi-lo.
O dono da JBS acredita que, quando o procurador descobriu que ele ia delatar, contou para outros peemedebistas, que começaram a se afastar. Para Joesley, Temer queria que ele continuasse pagando outros presos até eventualmente ser preso também.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A entrevista mostra a promiscuidade existente na relação dos empresários com os políticos. Com o passar do tempo, essa promiscuidade se tornou uma coisa normal, passou a ser rotina, a tal ponto que os políticos a nem ligar para as aparências, como fez Lula nos casos do tríplex e do sítio. Sempre foi um homem pobre, depois virou sindicalista e se tornou classe média, entrou para a política e enriqueceu, a ponto de ter R$ 9 milhões aplicados em Previdência Privada e manter mais de R$ 600 mil em conta corrente, sem aplicação. Como dizia o colunista Maneco Muller, gente fina é outra coisa. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A entrevista mostra a promiscuidade existente na relação dos empresários com os políticos. Com o passar do tempo, essa promiscuidade se tornou uma coisa normal, passou a ser rotina, a tal ponto que os políticos a nem ligar para as aparências, como fez Lula nos casos do tríplex e do sítio. Sempre foi um homem pobre, depois virou sindicalista e se tornou classe média, entrou para a política e enriqueceu, a ponto de ter R$ 9 milhões aplicados em Previdência Privada e manter mais de R$ 600 mil em conta corrente, sem aplicação. Como dizia o colunista Maneco Muller, gente fina é outra coisa. (C.N.)
04 de setembro de 2017
Deu em O Tempo
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