A dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior, avançou 2,66% em fevereiro, para R$ 3,13 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta terça-feira (28). Em janeiro, a dívida estava em R$ 3,05 trilhões. O aumento se deve à emissão de títulos acima do volume de resgates (papéis da dívida que venceram). Em fevereiro, as emissões somaram R$ 75,64 bilhões. Já os resgates de títulos públicos totalizaram R$ 17,65 bilhões. Já as despesas com juros, outro fator que impulsiona para cima a dívida pública, omaram R$ 24 bilhões.
A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como externa. Em 2016, a dívida pública registrou crescimento de 11,42%, para R$ 3,11 trilhões.
SEMPRE AUMENTANDO – Para este ano, a expectativa do Tesouro Nacional é de novo aumento na dívida pública. A programação da instituição prevê que ela pode chegar aos R$ 3,65 tilhões no fim de 2017. Se isso se confirmar, a alta da dívida, neste ano, será de R$ 538 bilhões, ou seja, acima de meio trilhão de reais, aumento 17,28%.
O patamar de R$ 3,65 trilhões é o máximo previsto para a dívida interna e externa. Portanto, o crescimento pode ser menor. Estimativas do Tesouro apontam que a alta pode ficar em R$ 338 bilhões e, neste caso, a dívida chegaria ao final de 2017 em R$ 3,45, elevação de 10,86%.
INTERNA E EXTERNA – No caso da dívida interna, segundo informou o Tesouro Nacional, foi registrado uma elevação de 2,80% em fevereiro, para R$ 3,02 trilhões. Neste caso, a alta foi de R$ 82 bilhões. A dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, contabilizou uma queda de 0,76% no mês passado, para R$ 113,93 bilhões. A redução da dívida externa foi de R$ 870 milhões.
Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna continuou a cair em fevereiro. Em janeiro, os não residentes detinham 14,22% do total da dívida interna (R$ 417 bilhões). No fechamento de fevereiro, detinham 13,66%, ou R$ 412 bilhões.
Mesmo assim, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública interna, atrás dos fundos de previdência, com R$ 788 bilhões em janeiro, ou 26,12% do total; dos fundos de investimento (22,4% do total, ou R$ 677 bilhões) e das instituições financeiras (22,2% do total, ou R$ 673 bilhões).
PERFIL DA DÍVIDA – Em fevereiro deste ano, o percentual de papéis prefixados somou 35% do total, ou R$ 1,06 trilhão, contra 34,32% em janeiro (R$ 1 trilhão). Os números foram calculados após a contabilização dos contratos de “swap cambial”.
Os títulos atrelados à taxa Selic, chamados de pós-fixados, por sua vez, tiveram sua participação elevada no mês passado. Em janeiro, representaram 27,98% do total (R$ 822 bilhões), avançando para 28% em fevereiro (ou R$ 847 bilhões).
A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação), por sua vez, somou 33,61% em fevereiro deste ano, o equivalente a R$ 1,01 trilhão, contra 34,37% em janeiro (também R$ 1,01 trilhão). Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 3,23% do total em fevereiro, ou R$ 97,55 bilhões, contra 3,33% em janeiro deste ano, ou R$ 97,76 bilhões.
A queda da dívida em dólar se deve ao resgate, por parte do Banco Central, de contratos de “swap cambial” – na esteira do processo de queda da cotação do dólar no Brasil.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É o mais importante problema do país. Dele derivam todos os outros, mas não é discutido e a grande mídia o despreza. Nesta quarta-feira, não é destaque em nenhum dos sites dos jornalões – Globo, Folha e Estadão. Não consegui encontrar nenhuma matéria a respeito. Só no site do G1, com escassos 5 comentários, e no Valor, com 3 comentários. Estamos caminhando para o precipício e fingindo que há uma ponte para o futuro. É uma irresponsabilidade absurda. Mas quem se interessa? (C.N.)
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30 de março de 2017
Alexandro Martello
G1, Brasília
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