"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 30 de março de 2017

CABRAL NEGOCIA ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA COM A PGR, DIZ JORNAL

DELAÇÃO PODE ATINGIR INTEGRANTES DO JUDICIÁRIO E DO PRÓPRIO MP

O EX-GOVERNADOR FOI PRESO SOB SUSPEITA DE TER RECEBIDO MESADAS DE ATÉ R$ 850 MIL DAS EMPREITEIRAS ANDRADE GUTIERREZ E CARIOCA ENGENHARIA (FOTO: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO)

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) negocia um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR). Cabral está preso desde novembro em Bangu 8, após ter sido alvo da Operação Calicute, um desdobramento da Lava-Jato.

Segundo reportagem do Valor Econômico, a delação pode atingir integrantes do Judiciário e do próprio Ministério Público.

Além de Cabral, outros políticos e empresários do Rio citados em investigações têm procurado o MPF para negociar acordos e evitar a prisão. No caso do ex-governador, as conversas estão na fase de elaboração de anexos, na qual ele apresenta a procuradores os fatos que está disposto a contar, divididos em capítulos. Cada anexo traz um resumo das pessoas a serem delatadas e dos relatos a serem feitos.

O material, posteriormente, é avaliado pelo Ministério Público, que decide se os dados são ou não relevantes o bastante para fechar o acordo de colaboração e conceder benefícios ao delator.

A decisão de Cabral por tentar uma delação foi motivada pelo prognóstico de uma pena de prisão muito alta, que poderia chegar a 50 anos, e pela notícia de que as provas contra ele seriam contundentes demais para que pudesse ser solto por meio de um habeas corpus, por exemplo.


A Operação Calicute revelou o esquema de cobrança de propina em obras durante a gestão de Sergio Cabral no Governo do Rio de Janeiro, entre 2007 e 2014. O ex-governador foi preso sob suspeita de ter recebido mesadas de até R$ 850 mil das empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia. O peemedebista é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

Além do ex-governador, diversos outros políticos e empresários do Rio citados em investigações têm procurado o Ministério Público para negociar acordos. O resultado será uma nova leva de denúncias, ampliando o foco da Lava Jato no território fluminense.

A corrida por novas delações no Rio inclui nomes proeminentes como o de Fernando Cavendish, dono da construtora Delta Engenharia. 
O empresário pretenderia detalhar supostos pagamentos de propina a políticos do PMDB e do PSDB, relacionados a obras nos governos de diversos Estados. 
Ele também narraria mais fraudes relacionadas a estatais como a Petrobras e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). 
Segundo fontes ouvidas pelo Valor Econômico, as tratativas do Ministério Público com o empresário teriam endurecido recentemente.

Outro que tenta articular uma delação é Hudson Braga, ex-secretário de Obras de Cabral. No caso dele, um eventual acordo envolveria, além de outros temas, o relato de fraudes relacionadas à Assembleia Legislativa do Rio e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).


30 de março de 2017
diário do poder

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