O ex-Presidente da República e presidente de honra do PSDB Fernando Henrique Cardoso divulgou uma nota para tentar reverter o noticiário político que atinge Aécio Neves, preferido dele para representar os tucanos em 2018. Alguns comentários precisam ser feitos sobre seu conteúdo:
FAKE NEWS – Já está mais do que claro que a grande imprensa, comprometida junto com as elites políticas brasileiras em termos de descrédito e corrupção, usará o ponto do “pós-verdade” e das fake news para desacreditar tudo que lhes contraria.
FHC atribui às verdades alternativas a difusão da notícia de que Benedito Júnior afirmou ter entregue, a pedido de Aécio Neves, doações como Caixa 2 a candidatos ligados ao tucano. A Andréia Sadi da Globo News é mentirosa, FHC?
A Vera Magalhães da Jovem Pan e do Estadão é mentirosa, FHC? Ela publicou.
A revista Veja também publicou. Fausto Macedo, do Estadão, já havia divulgado trechos de depoimento de Benedito Júnior à Polícia Federal meses atrás… Ele é mentiroso, FHC?
SUBSERVIÊNCIA?
SUBSERVIÊNCIA?
– A nota de FHC não cita Benedito Júnior, mas cita Marcelo Odebrecht. Não o chama de réu, bandido, presidiário. Apenas “Marcelo Odebrecht. Vale lembrar, Odebrecht é um dos financiadores do Instituto FHC
FHC LEU O DEPOIMENTO? – FHC escreveu “O depoente não fez tal declaração em seu depoimento ao TSE.” Até aqui, o documento é sigiloso.
FHC LEU O DEPOIMENTO? – FHC escreveu “O depoente não fez tal declaração em seu depoimento ao TSE.” Até aqui, o documento é sigiloso.
Como pode o ex-presidente fazer uma afirmação dessas? Ele teve acesso? O documento vazou? Se sim, por quem? FHC deve ser chamado a se explicar.
IMITANDO LULA – FHC diz que deve-se diferenciar caixa dois para campanha de caixa dois para usufruto pessoal. É a mesma desculpa usada por Lula e seus companheiros para diminuir a gravidade do Mensalão.
Segundo FHC, caixa dois para campanha é apenas “erro que deve ser reconhecido” enquanto o outro caso é “crime puro e simples.”
Leiam a seguir a nota de FHC:
“Lamento a estratégia usada por adversários do PSDB que difundem “noticias alternativas” para confundir a opinião pública.
A imprensa é instrumento fundamental da democracia. Usada por quem não é criterioso presta um mau serviço ao país.
Parte do noticiário de hoje sobre os depoimentos da Odebrecht serve de sinal de alerta. Ao invés de dar ênfase à afirmação feita por Marcelo Odebrecht, de que as doações à campanha presidencial de Aécio Neves, em 2014, foram feitas oficialmente, publicou-se a partir de outro depoimento que o senador teria pedido doações de caixa dois para aliados.
O senador não fez tal pedido. O depoente não fez tal declaração em seu depoimento ao TSE.
É preciso serenidade e respeito à verdade nessa hora difícil que o país atravessa.
Ademais, independentemente do noticiário de hoje tratar como iguais situações diferentes, não é o caminho para se conhecer a realidade e poder mudá-la.
Visto de longe tem-se a impressão de que todos são iguais no universo da política e praticaram os mesmos atos.
No importante debate travado pelo país distinções precisam ser feitas. Há uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa dois para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal, crime puro e simples de corrupção.
Divulgações apressadas e equivocadas agridem a verdade, e confundem os dois atos, cuja natureza penal há de ser distinguida pelos tribunais.
A palavra de um delator não é prova em si, apenas um indício que requer comprovação. É preciso que a Justiça continue a fazer seu trabalho, que o país possa crer na eficácia da lei e que continue funcionando.
A desmoralização de pessoas a partir de “verdades alternativas” é injusta e não serve ao país. Confunde tudo e todos.
É hora de continuar a dar apoio ao esforço moralizador das instituições de Estado e deixar que elas, criteriosamente, façam Justiça.”
Fernando Henrique Cardoso
08 de março de 2017
in reaçablog
Leiam a seguir a nota de FHC:
“Lamento a estratégia usada por adversários do PSDB que difundem “noticias alternativas” para confundir a opinião pública.
A imprensa é instrumento fundamental da democracia. Usada por quem não é criterioso presta um mau serviço ao país.
Parte do noticiário de hoje sobre os depoimentos da Odebrecht serve de sinal de alerta. Ao invés de dar ênfase à afirmação feita por Marcelo Odebrecht, de que as doações à campanha presidencial de Aécio Neves, em 2014, foram feitas oficialmente, publicou-se a partir de outro depoimento que o senador teria pedido doações de caixa dois para aliados.
O senador não fez tal pedido. O depoente não fez tal declaração em seu depoimento ao TSE.
É preciso serenidade e respeito à verdade nessa hora difícil que o país atravessa.
Ademais, independentemente do noticiário de hoje tratar como iguais situações diferentes, não é o caminho para se conhecer a realidade e poder mudá-la.
Visto de longe tem-se a impressão de que todos são iguais no universo da política e praticaram os mesmos atos.
No importante debate travado pelo país distinções precisam ser feitas. Há uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa dois para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal, crime puro e simples de corrupção.
Divulgações apressadas e equivocadas agridem a verdade, e confundem os dois atos, cuja natureza penal há de ser distinguida pelos tribunais.
A palavra de um delator não é prova em si, apenas um indício que requer comprovação. É preciso que a Justiça continue a fazer seu trabalho, que o país possa crer na eficácia da lei e que continue funcionando.
A desmoralização de pessoas a partir de “verdades alternativas” é injusta e não serve ao país. Confunde tudo e todos.
É hora de continuar a dar apoio ao esforço moralizador das instituições de Estado e deixar que elas, criteriosamente, façam Justiça.”
Fernando Henrique Cardoso
Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (Foto: Michel Filho- Agência O Globo) |
08 de março de 2017
in reaçablog
Nenhum comentário:
Postar um comentário