Todas as compras tiveram notas fiscais emitidas recentemente, após a prisão de Cabral. A ocultação das vendas na contabilidade oficial da joalheria, somado à grande quantidade de peças compradas, reforçam a suspeita da força-tarefa de que a compra de joias tenha sido uma maneira de lavar dinheiro do esquema liderado pelo ex-governador.
No documento entregue ao Ministério Público Federal (MPF) e obtido pelo Globo, a empresa descreve cada item, com valores e data da aquisição de joias de ouro, diamantes e topázios.
CHEQUE DE CAUÇÃO – As compras eram feitas de uma forma inusual: por meio de cheques emitidos para garantir a compra, que depois eram devolvidos e trocados por dinheiro em espécie. O método, para a força-tarefa, também tinha o objetivo de driblar a fiscalização da Receita Federal.
A joalheria apresentou apenas três cheques que foram depositados pela ex-primeira-dama. Os demais, dados como pagamento por Carlos Emanuel de Miranda, acusado de ser o operador de Cabral, foram devolvidos e trocados por dinheiro vivo.
Segundo a Antonio Bernardo, Cabral e Adriana compraram diretamente da grife 318 joias. Carlinhos Miranda, como é conhecido, e sua mulher Maria Angélica, prima de Cabral, adquiriram 120 peças. Miranda divide a cela com o ex-governador em Bangu 8.
OUTROS COMPRADORES – Também foram citados no documento como compradores pela joalheria o ex-assessor da Assembleia Legislativa do rio (Alerj) Luiz Carlos Bezerra (10 joias), também apontado como operador, e Paulo Fernando Magalhães Pinto (12 joias), acusado pelo MP de ser laranja do ex-governador.
No início da semana, o Globo mostrou que as joias compradas por Cabral também eram retiradas pelo casal Pedro Ramos de Miranda, assessor pessoal de Cabral e Aline Jeucken da Silva. Ramos, subtenente do Corpo de Bombeiros, foi nomeado assessor do então governador no início de seu primeiro mandato, quando era sargento. Tornou-se “faz-tudo” de luxo do peemedebista e foi identificado pela Polícia Federal como sendo o motorista que buscava algumas peças para o chefe.
BUSCA E APREENSÃO – Na sexta-feira passada, policiais federais realizaram operação de busca e apreensão nas joalheira Antonio Bernardo, no Shopping da Gávea, e no Shopping Leblon, na Zona Sul do Rio. O material, entregue agora à força-tarefa, é um complemento à documentação levada na ação.
A exemplo da Antonio Bernardo, a H.Stern só emitiu e entregou as notas ao MPF após a prisão de Cabral. A joalheria ainda não retornou aos contatos da reportagem. Mas disse, em outras ocasiões, que está colaborando com as investigações.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Conforme já dissemos aqui, o casal Serginho e Adriana representam um caso patológico, a ser inscrito na literatura psicanalítica. Apenas isso. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Conforme já dissemos aqui, o casal Serginho e Adriana representam um caso patológico, a ser inscrito na literatura psicanalítica. Apenas isso. (C.N.)
02 de dezembro de 2016
Chico Otavio e Daniel Biasetto
O Globo
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