Lisboa - Nunca antes o Brasil foi tão ridicularizado e criticado pelas imprensa portuguesa como agora.Normalmente respeitosos com relação ao nosso país,políticos e jornalistas portugueses ocupam horas nas emissoras de televisão,rádio e jornais para expor o que temos de pior:a classe política.Tomei emprestado o título deste comentário do artigo de Manoel Carvalho,publicado na edição de segunda feira passada do jornal Público,onde comenta que a sessão da Câmara dos Deputados de domingo que aprovou o recebimento do pedido de impeachment da Presidente Dilma,exibiu o que, na sua e na minha opinião ,.subsiste o pior que há no Brasil.Estamos de acordo que é a nossa deplorável classe política.
Domingo à noite,um grupo de brasileiros e portugueses,em torno da televisão ,numa certa embaixada, acompanhou em Lisboa a transmissão direta da TV Globo da sessão da Câmara dos Deputados,em estado perplexidade.Embora com opiniões divergentes sobre o impeachment ,mas com educado bom senso,todos admitiram sentir vergonha do que vem acontecendo no Brasil.Foi igualmente unânime o reconhecimento de que,somente naquele momento, se deram conta do baixo nível da nossa representação parlamentar.Bem disse o jornalista Manuel Cavalho que nosso Estado laico estava sendo torpedeado pelos clamores evangélicos,com as invocações a Deus, à Pátria, à Famlia e à toda uma cadeia de parentescos, e que tinha cabado de saber que no Maranhão existe uma cidade chamada Itapecuru.Ironia portuguesa.
Eles fez críticas duríssimas,chegando a chamar de “alcatéia” os 60 dos deputados que tem casos pendentes na Justiça.Nem a Presidente Dilma escapou, a quem classificou de “inepta,arrogante e incompetente”,mas nem por isso defendeu seu afastamento.Para ele ,é incompreensível que o deputado Eduardo Cunha,” campeão das suspeitas de corrupção” “ tenha presidido a sessão e , “ sem sentido que o grande guru da operação,Michel Temer,possa escapar das acusaçôes” que lhe foram feitas.E termina afirmando que” com uma Câmara de Deputados assim,histriônica,acéfala,umbiguista e demagógica”,o que está em risco é a própria democracia.
No dia seguinte,ele continuou escrevendo artigo no mesmo jornal sobre o Brasil intitulado “Regresso ao Passado no País do Futuro”.Ele comenta não ser possível “detectar uma vírgula de legitimidade no sucessor Michel Temer.”E conclui, melancolicament,manifestando a esperança de que o Brasil “ não regresse ao pesadelo que o persegue:o de ser o país de um futuro sempre adiado.”Outro artigo do mesmo jornal afirma que “ Dilma foi Tramada por um Gangster”, onde o jornalista Félix Ribeiro adverte que o “estado de graça” em que ficou Eduardo Cunha “pode valer-lhe anistia,mesmo que enfrente uma montanha de corrupção”
Também na segunda feira,no Diário de NotÍcias,o jornalista Ferreira Fernandes,denuncia:”Mão Mole para Receber e Dedo Duro para Acusar”,onde narra a triste trajetória do Brasil atual.No mesmo jornal,sob o título “ Tchau Querida”,o jornalista Sergio Figueiredo,recorrendo a um tom poético afirma não haver no Brasil em quem confiar.”Tudo o que de mal Dilma tem,tudo o que de pior se atribui a Lula,por definição a Temer pertence.Não se pode, a não ser por canalhice ou covardia,conviver anos com o dolo sem nunca o denunciar.”Para ele,o Brasil “ está sem luz e sem referência”-Mas discordo da sua apreensãofinal,quando demonstra o receio de o Exército ser chamado de volta pelo povo brasileiro.Sabemos nós não fossem algumas das nossas instituições ,como a Justiça, a imprensa livre, o Ministério Público e a Policia Federal,consolidadas ao lado da corrupção, há muito teríamos mergulhado na escuridão.Portugal conhece muito bem seu antigo colonizado.
21 de abril de 2016
Silvia Caetano
Domingo à noite,um grupo de brasileiros e portugueses,em torno da televisão ,numa certa embaixada, acompanhou em Lisboa a transmissão direta da TV Globo da sessão da Câmara dos Deputados,em estado perplexidade.Embora com opiniões divergentes sobre o impeachment ,mas com educado bom senso,todos admitiram sentir vergonha do que vem acontecendo no Brasil.Foi igualmente unânime o reconhecimento de que,somente naquele momento, se deram conta do baixo nível da nossa representação parlamentar.Bem disse o jornalista Manuel Cavalho que nosso Estado laico estava sendo torpedeado pelos clamores evangélicos,com as invocações a Deus, à Pátria, à Famlia e à toda uma cadeia de parentescos, e que tinha cabado de saber que no Maranhão existe uma cidade chamada Itapecuru.Ironia portuguesa.
Eles fez críticas duríssimas,chegando a chamar de “alcatéia” os 60 dos deputados que tem casos pendentes na Justiça.Nem a Presidente Dilma escapou, a quem classificou de “inepta,arrogante e incompetente”,mas nem por isso defendeu seu afastamento.Para ele ,é incompreensível que o deputado Eduardo Cunha,” campeão das suspeitas de corrupção” “ tenha presidido a sessão e , “ sem sentido que o grande guru da operação,Michel Temer,possa escapar das acusaçôes” que lhe foram feitas.E termina afirmando que” com uma Câmara de Deputados assim,histriônica,acéfala,umbiguista e demagógica”,o que está em risco é a própria democracia.
No dia seguinte,ele continuou escrevendo artigo no mesmo jornal sobre o Brasil intitulado “Regresso ao Passado no País do Futuro”.Ele comenta não ser possível “detectar uma vírgula de legitimidade no sucessor Michel Temer.”E conclui, melancolicament,manifestando a esperança de que o Brasil “ não regresse ao pesadelo que o persegue:o de ser o país de um futuro sempre adiado.”Outro artigo do mesmo jornal afirma que “ Dilma foi Tramada por um Gangster”, onde o jornalista Félix Ribeiro adverte que o “estado de graça” em que ficou Eduardo Cunha “pode valer-lhe anistia,mesmo que enfrente uma montanha de corrupção”
Também na segunda feira,no Diário de NotÍcias,o jornalista Ferreira Fernandes,denuncia:”Mão Mole para Receber e Dedo Duro para Acusar”,onde narra a triste trajetória do Brasil atual.No mesmo jornal,sob o título “ Tchau Querida”,o jornalista Sergio Figueiredo,recorrendo a um tom poético afirma não haver no Brasil em quem confiar.”Tudo o que de mal Dilma tem,tudo o que de pior se atribui a Lula,por definição a Temer pertence.Não se pode, a não ser por canalhice ou covardia,conviver anos com o dolo sem nunca o denunciar.”Para ele,o Brasil “ está sem luz e sem referência”-Mas discordo da sua apreensãofinal,quando demonstra o receio de o Exército ser chamado de volta pelo povo brasileiro.Sabemos nós não fossem algumas das nossas instituições ,como a Justiça, a imprensa livre, o Ministério Público e a Policia Federal,consolidadas ao lado da corrupção, há muito teríamos mergulhado na escuridão.Portugal conhece muito bem seu antigo colonizado.
21 de abril de 2016
Silvia Caetano
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