Em resposta ao que considera uma tentativa de “vitimização” por parte da presidente Dilma Rousseff, o PMDB coordenou a divulgação, nesta terça-feira, de nota de repúdio assinada por 14 partidos favoráveis ao impeachment. No texto, o grupo critica os questionamentos da presidente ao processo conduzido pela Câmara no último domingo e alega que ela procura inverter sua posição de “autora de crime em vítima”. Segundo o texto, Dilma encenou “triste espetáculo” perante correspondentes da imprensa estrangeira ao tentar “desqualificar a soberana decisão da Câmara” na autorização do processo.
“A Sra. Presidente da República desconsidera que está sendo acusada de ter cometido um dos maiores crimes que podem ser praticados por uma mandatária, já que a vítima, no caso, é toda a nação. Para defender-se ela inverte sua posição de autora em vítima”, diz a nota, completando:
VITIMIZAÇÃO
“A vã tentativa de vitimização, sob a alegação de injustiça, não encontra amparo no relatório da Comissão Especial, na decisão do Plenário da Câmara dos Deputados, nas decisões do STF, na realidade dos fatos e na soberana vontade da ampla maioria da população brasileira”.
O texto diz que a Casa obedeceu “fielmente” o regramento estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao autorizar a abertura do processo da denúncia formulada contra ela por prática de crimes de responsabilidade “em razão da abertura de créditos suplementares sem a autorização do Congresso Nacional, bem como na contratação ilegal de operação de créditos, as chamadas pedaladas fiscais”.
“A Sra. Presidente da República insistiu no erro de tachar de “ilegal” e “golpista” a ação dos senhores deputados, omitindo propositadamente que o rito do impeachment foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal, nos julgamentos das inúmeras e frustradas tentativas de seu governo de impedir a atuação do poder legislativo. O Impeachment foi chancelado pela Suprema Corte do Brasil”, diz a nota.
DIREITO DE DEFESA
O grupo ressalta que o relatório que demonstra os crimes de responsabilidade foi aprovado pela “contundente” maioria de 367 votos e que, no Senado, a presidente terá, novamente, “amplo direito de defesa”.
A nota é assinada pelos presidentes do PMDB, PRB e PTN, respectivamente senador Romero Jucá (PMDB-RR), Marcos Pereira e Renata Abreu, e pelos líderes na Câmara do PSDB, PSD, PSB, DEM, PTB, Solidariedade, PSC, PPS, PV, PROS e PSL.
21 de abril de 2016
diário do poder
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