"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

PERGUNTAS COM DIVERSAS RESPOSTAS




Com a crise se ampliando, ainda que seu ponto de ebulição vá demorar, mil perguntas ficam sem resposta, ou melhor, apresentam respostas variadas, alimentando a perplexidade geral. Claro que Eduardo Cunha retaliou. Deu o troco ao governo. Mas teria dado seguimento ao pedido de impeachment da presidente Dilma porque chegou a confiar num acordo com o PT e o palácio do Planalto, sentindo-se traído? A lógica indica que sim, mas seria o presidente da Câmara tão ingênuo assim, a ponto de supor o governo disposto a preservá-lo?
Estariam a presidente Dilma e o PT em rota de colisão, a ponto de Rui Falcão desobedecer a suposta estratégia palaciana de uma mão lavar a outra? Ou foi tudo combinado, ou seja, os três companheiros com assento no Conselho de Ética prometeram apoiar Cunha e depois foram acometidos de uma crise consciência?
Apesar de alguns ministros terem aplaudido Madame, depois de sua fala na televisão, alguém duvidaria dela estar sozinha e abandonada? Acreditou no PT por incapacidade de percepção política?
E Michel Temer, agiu ou omitiu-se na pressão sobre Eduardo Cunha para que fosse iniciado o processo do impeachment? Será o maior beneficiado, na hipótese de a maioria parlamentar inclinar-se pelo afastamento da presidente, mas teria participado da trama ou simplesmente deixado a corrente fluir?
Os grupos favoráveis ao impeachment conseguirão reunir dois terços dos deputados para concretizar a decisão final? Ou o Executivo sairá vitorioso, impedindo que Dilma perca o mandato?
Eduardo Cunha parece enjaulado no Conselho de Ética, mas a decisão final pela sua cassação é do plenário da Câmara. Disporá o deputado fluminense de meios para salvar a pele, a função e o mandato?
O impeachment tornou-se uma possibilidade ou uma probabilidade? Terão as ruas condições de influenciar o resultado? Como reagirá o PT diante de manifestações explosivas dos grupos favoráveis ao afastamento de Dilma? A crise econômica que nos assola influenciará o comportamento dos deputados? A presidente conseguirá eximir-se da responsabilidade de haver causado boa parte da confusão atual?
Finalmente, o que temos nós com isso?

04 de dezembro de 2015
Carlos Chagas

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