A Justiça Federal autorizou novas buscas e apreensões em endereços do casal de lobistas Mauro e Cristina Marcondes com o objetivo de permitir o aprofundamento das investigações sobre contratos de R$ 2,4 milhões feitos entre a Marcondes & Mautoni Consultoria e a LFT Marketing Esportivo, que tem como sócio Luís Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em nova fase da Operação Zelotes, deflagrada ontem, a Justiça também aceitou novo pedido de prisão dos lobistas e de um comparsa acusado de envolvimento no esquema de compra de medidas provisórias e de espionagem de um dos investigadores.
A Polícia Federal argumentou para a Justiça que a nova busca e apreensão era “fundamental” para “a coleta de mais elementos para aprofundarmos as investigações acerca da contratação da empresa LFT Marketing Esportivo e outros contratos escusos”. Em ofício, o delegado Marlon Cajado sustentou que as versões apresentadas por Luís Claudio e Marcondes para os contratos “se mostram contraditórias e vazias, ao ponto de, ao invés de elucidar os reais motivos de pagamentos da Marcondes Mautoni para a LFT, na verdade serviu para gerar mais celeuma, já que não há uma definição precisa sobre quais e quanto serviços foram de fato contratados, qual eram os reais objetos de estudos e ao que eles se destinavam e qual é a relação deles com o projeto de um centro de convenções, e a inexistência, tanto na sede da Marcondes quanto na da LFT Marketing Esportivo de documentação comprobatória que desse mínimo lastro ao serviço contratado”.
DIZ A DEFESA…
Em nota divulgada nesta segunda-feira, 23, a defesa de Luís Claudio afirmou que o depoimento dele “concentrou-se em fatos. Não em declarações contraditórias e vazias, como se quer fazer crer agora”. Disse que o próprio Luís Cláudio redigiu os projetos: “A LFT não tem corpo de funcionários no regime CLT e, para os trabalhos em questão, não houve subcontratação ou terceirização de outras empresas, o que poderia ter ocorrido, se houvesse a implementação dos projetos ofertados”.
O relatório da PF também reforça as suspeitas de compra da Medida Provisória 471/2009, que prorrogou incentivos fiscais para montadoras de veículos. O lobista Francisco Mirto Florêncio da Silva foi preso ontem acusado de envolvimento com o esquema de corrupção.
Ele também é acusado ao lado do casal Marcondes de ter contratado uma investigação clandestina para espionar o procurador José Alfredo de Paula Silva, que atua na Zelotes. Um registro encontrado pela Zelotes indica que o fato ocorreu em 2010, mesmo ano em que o procurador investigava as negociações para a compra de 36 caças para a FAB pelo governo Lula.
27 de novembro de 2015
Andreza Matais e Julia AffonsoEstadão
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