Tenho um grande amigo, aposentado do Ministério Público do Rio de Janeiro que, na época do mensalão, ao ouvir um bate-papo entre sua mulher e eu, nos interrompeu ao ouvir as duas confessar que não confiávamos nos ministros nomeados pelo Lula e pela Dilma, tal nossa decepção com o PT:
“Isso é porque vocês não conhecem a força da toga”.
Ontem tivemos a prova concreta dessa força.
Diante da gravação já hoje célebre feita pelo filho de Nestor Cerverò, na qual se ouve a voz melíflua do senador Delcídio Amaral (PT) tramar vários crimes, da fuga de Cerverò com detalhes assombrosos (e que mostram o quanto o senador já havia estudado o assunto) aos nomes de ministros do Supremo e de outras autoridades que estariam, digamos assim, abertos a qualquer proposta, vimos o STF, o peso da toga republicana sobre seus ombros, reagir com veemência e denodo.
Por ordem do STF, pela primeira vez em nossa História, um senador da República e líder do governo, é preso no cargo.
E não podia ser diferente depois de todas as barbaridades que o filho de Cerverò, em muito boa hora, gravou e entregou na Procuradoria Geral da República.
Apesar da gravidade do assunto, um detalhe chamou minha atenção pela ironia. Deus escreve mesmo certo por linhas tortas... Num dado momento o senador e o advogado de Cerverò discutem, entre outras coisas tais como rotas de fuga, mesadas, subornos e promessas de “vida mansa que segue”, a chance de investir numa diretoria da Petrobrás e mencionam justamente a da Tecnologia da Informação (TI) porque o orçamento é de um R$ 1 bilhão e “lá ninguém enche o saco”. (Para o leitor pouco familiarizado com a TI, sugiro acessar o site InfoWester).
Esse foi outro espanto, saber que na diretoria da Tecnologia da Informação da Petrobrás passava uma verba tão expressiva sem ninguém para aborrecer quem lá se fartava...
Como se pode ver, tem toda a razão o decano do STF, Ministro Celso de Mello, ao dizer que “A ausência de bons costumes leva à corrupção”. Nosso triste Brasil está nessa situação, os bons costumes, em todas as áreas, feneceram e a corrupção transformou-se numa patologia que, infelizmente, levará muito tempo para ser debelada.
Parece que o ex-presidente Lula ficou indignado com o que chamou de burrice: Delcídio se deixar apanhar nessa gravação. São modos de ver, não é? Eu, por exemplo, acho burrice a nota do PT que desobriga o partido de qualquer solidariedade. Precisava dizer isso por escrito, quando já se sabe, por outros casos, que o PT nunca é solidário?
Peço a Deus que as palavras da ministra Carmen Lúcia, na sessão extraordinária de ontem no STF, sejam plenamente absorvidas por todos que de alguma forma têm posição de mando do Brasil: “Houve um momento em que nós, brasileiros, acreditamos no mote segundo o qual a esperança tinha vencido o medo. Depois , nos deparamos com a ação penal 470 (mensalão) e descobrimos que o cinismo tinha vencido a esperança. Agora, parece-se constatar que o escárnio venceu o cinismo.
“Isso é porque vocês não conhecem a força da toga”.
Ontem tivemos a prova concreta dessa força.
Diante da gravação já hoje célebre feita pelo filho de Nestor Cerverò, na qual se ouve a voz melíflua do senador Delcídio Amaral (PT) tramar vários crimes, da fuga de Cerverò com detalhes assombrosos (e que mostram o quanto o senador já havia estudado o assunto) aos nomes de ministros do Supremo e de outras autoridades que estariam, digamos assim, abertos a qualquer proposta, vimos o STF, o peso da toga republicana sobre seus ombros, reagir com veemência e denodo.
Por ordem do STF, pela primeira vez em nossa História, um senador da República e líder do governo, é preso no cargo.
E não podia ser diferente depois de todas as barbaridades que o filho de Cerverò, em muito boa hora, gravou e entregou na Procuradoria Geral da República.
Apesar da gravidade do assunto, um detalhe chamou minha atenção pela ironia. Deus escreve mesmo certo por linhas tortas... Num dado momento o senador e o advogado de Cerverò discutem, entre outras coisas tais como rotas de fuga, mesadas, subornos e promessas de “vida mansa que segue”, a chance de investir numa diretoria da Petrobrás e mencionam justamente a da Tecnologia da Informação (TI) porque o orçamento é de um R$ 1 bilhão e “lá ninguém enche o saco”. (Para o leitor pouco familiarizado com a TI, sugiro acessar o site InfoWester).
Esse foi outro espanto, saber que na diretoria da Tecnologia da Informação da Petrobrás passava uma verba tão expressiva sem ninguém para aborrecer quem lá se fartava...
Como se pode ver, tem toda a razão o decano do STF, Ministro Celso de Mello, ao dizer que “A ausência de bons costumes leva à corrupção”. Nosso triste Brasil está nessa situação, os bons costumes, em todas as áreas, feneceram e a corrupção transformou-se numa patologia que, infelizmente, levará muito tempo para ser debelada.
Parece que o ex-presidente Lula ficou indignado com o que chamou de burrice: Delcídio se deixar apanhar nessa gravação. São modos de ver, não é? Eu, por exemplo, acho burrice a nota do PT que desobriga o partido de qualquer solidariedade. Precisava dizer isso por escrito, quando já se sabe, por outros casos, que o PT nunca é solidário?
Peço a Deus que as palavras da ministra Carmen Lúcia, na sessão extraordinária de ontem no STF, sejam plenamente absorvidas por todos que de alguma forma têm posição de mando do Brasil: “Houve um momento em que nós, brasileiros, acreditamos no mote segundo o qual a esperança tinha vencido o medo. Depois , nos deparamos com a ação penal 470 (mensalão) e descobrimos que o cinismo tinha vencido a esperança. Agora, parece-se constatar que o escárnio venceu o cinismo.
O crime não vencerá a Justiça. Aviso aos navegantes destas águas turvas de corrupção e das iniquidades: criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção. Não passarão sobre os juízes e as juízas do Brasil. Não passarão sobre novas esperanças do povo brasileiro, porque a decepção não pode estancar a vontade de acertar no espaço público. Não passarão sobre a Constituição do Brasil” ".
27 de novembro de 2015
Maria Helena RR de Sousa
27 de novembro de 2015
Maria Helena RR de Sousa
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