Do festival de trapalhadas encenado pela presidente Dilma, esta semana, com mais uma reforma do ministério, destaca-se o perigoso tratamento dado às forças armadas. Nem se lembra a desnecessária criação do ministério da Defesa, no governo Fernando Henrique, manobra para afastar das reuniões ministeriais os representantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Depois sacrificou-se a Casa Militar, antes paralela à Casa Civil, substituída pelo Gabinete de Segurança Institucional, mesmo com status de ministério. Uma diminuição que levou seu titular, o general José Elito, a sacrifícios sem conta, inclusive o de ser afastado das reuniões matinais dos ministros da casa com a presidente Dilma. Obrigou-se a aguardá-la na porta da garagem do palácio do Planalto, despachando no elevador que os conduzia ao terceiro andar, sob o desinteresse de Madame. Agora, nem isso. O Gabinete de Segurança Institucional passa a apêndice da Secretaria de Governo. Sob sua supervisão continuará seguindo a Abin, principal órgão de informação da presidente da República, mas que, pelo jeito, não tem a menor curiosidade de ser informada.
Para não sofrer novas humilhações, demitiu-se o general José Elito. Alegou “dever de lealdade e em memória dos que o antecederam, lamentando a decisão e desejando que seja revogada, para o bem da sociedade e do Brasil”.
PIOR NÃO FICA
O general foi o único com coragem de discordar. Outros demitidos até aplaudiram, como os agora ex-ministros da Saúde, Educação, Portos, Trabalho, Direitos Humanos, Previdência Social, Mulheres, Assuntos Estratégicos, Micro e Pequena Empresa. Pouco importa se seus substitutos em maioria carecem de qualidade e competência para exercer suas funções. Com poucas exceções, os ex-ministros preferem ficar pendurados no poder, à espera de melhores dias. Ou piores para os novos, já que a equipe anunciada sexta-feira carece de unidade.
Salta aos olhos, também, mais uma desastrada iniciativa da presidente Dilma. Para atender às ordens do Lula, substituiu Aloízio Mercadante por Jacques Wagner, na chefia da Casa Civil. Mas para o ministério da Defesa, ou seja, o comando das forças armadas, nomeou Aldo Rebelo. No mínimo uma provocação desnecessária, pois o correto ex-presidente da Câmara dos Deputados é filiado ao Partido Comunista do Brasil. Mesmo sendo diferentes os tempos, tendo a ditadura ido para a estratosfera, não haveria outro ministério para Rebelo? Nem alguém capaz de ocupar a Defesa sem pertencer ao partido que historicamente se opôs aos militares, até pela luta armada?
Tem-se a impressão de que no governo do PT ainda existem bolsões empenhados em acertar contas com um passado prestes a ser esquecido. Por que pretendem reavivar velhas contendas? Para demonstrar que detém a força?
O mal-estar nas forças armadas é evidente. Não lhes cabe posicionar-se como partidos políticos. Cumprem a Constituição, mesmo engolindo sapos em posição de sentido. Mas fica a pergunta sem resposta: para que?
04 de outubro de 2015
Carlos Chagas
Para não sofrer novas humilhações, demitiu-se o general José Elito. Alegou “dever de lealdade e em memória dos que o antecederam, lamentando a decisão e desejando que seja revogada, para o bem da sociedade e do Brasil”.
PIOR NÃO FICA
O general foi o único com coragem de discordar. Outros demitidos até aplaudiram, como os agora ex-ministros da Saúde, Educação, Portos, Trabalho, Direitos Humanos, Previdência Social, Mulheres, Assuntos Estratégicos, Micro e Pequena Empresa. Pouco importa se seus substitutos em maioria carecem de qualidade e competência para exercer suas funções. Com poucas exceções, os ex-ministros preferem ficar pendurados no poder, à espera de melhores dias. Ou piores para os novos, já que a equipe anunciada sexta-feira carece de unidade.
Salta aos olhos, também, mais uma desastrada iniciativa da presidente Dilma. Para atender às ordens do Lula, substituiu Aloízio Mercadante por Jacques Wagner, na chefia da Casa Civil. Mas para o ministério da Defesa, ou seja, o comando das forças armadas, nomeou Aldo Rebelo. No mínimo uma provocação desnecessária, pois o correto ex-presidente da Câmara dos Deputados é filiado ao Partido Comunista do Brasil. Mesmo sendo diferentes os tempos, tendo a ditadura ido para a estratosfera, não haveria outro ministério para Rebelo? Nem alguém capaz de ocupar a Defesa sem pertencer ao partido que historicamente se opôs aos militares, até pela luta armada?
Tem-se a impressão de que no governo do PT ainda existem bolsões empenhados em acertar contas com um passado prestes a ser esquecido. Por que pretendem reavivar velhas contendas? Para demonstrar que detém a força?
O mal-estar nas forças armadas é evidente. Não lhes cabe posicionar-se como partidos políticos. Cumprem a Constituição, mesmo engolindo sapos em posição de sentido. Mas fica a pergunta sem resposta: para que?
04 de outubro de 2015
Carlos Chagas
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