É uma chatice a cobertura das manifestações populares. Apresentadores e comentaristas passam horas repetindo as mesmas coisas, não há preparação prévia, acabam se limitando a descrever as imagens que as câmara já estão mostrando. É um brutal amadorismo jornalístico, que poderia ser facilmente evitando, se houvesse realmente comentaristas de maior talento, que gastassem pelo menos parte do tempo analisando as tenebrosas causas desses protestos, ao invés de se preocuparem exclusivamente com as manifestações em si.
Toda vez que há atos públicos de âmbito nacional, apresentadores e comentaristas perdem a maior parte do tempo analisando se desta vez saíram as ruas mais manifestantes do que na vez passada, para então desenvolverem a estranha tese de que o governo saiu fortalecido ou enfraquecido do episódio, como se uma coisa tivesse a ver com a outra.
Em Matemática, costuma-se esclarecer esse tipo de situação dizendo que a recíproca não é verdadeira. Mas em Política, qualquer bobagem parece aceitável.
O FIM DE SEMANA
Ao invés de ficarem repetindo bobagens, os comentaristas poderiam ter informado ao respeitável público que o balanço do final de semana foi trágico para o governo. O noticiário político dos jornais e das revistas, de sexta-feira para cá, trouxe informações inéditas e preciosas:
- Grampo revela intimidade de Lula com diretor da Odebrecht
- Cerveró enfim decide entregar Lula na sua delação premiada
- Agência pagou até cartão de crédito da mulher de Pimentel
- Maior financiador de Lula repassava propinas da Petrobras
- Gilmar Mendes manda devassar contas do PT na campanha
- Lula recebeu até agora R$ 27 milhões para fazer palestras
- Situação da economia é a pior desde início de 1991, diz FGV
Bem, diante deste noticiário bem expressivo, seria possível dizer que o governo está em melhor situação hoje do que na semana passada? Quem pode acreditar numa afirmativa desse tipo?
16 de agosto de 2015
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