Há exatos 10 anos, em 11 de agosto de 2005, o publicitário Duda Mendonça confessava em público, na CPI dos Correios, que havia recebido dinheiro no exterior para a campanha de Lula em 2002.
Segundo o próprio Duda, que chorou no depoimento, R$ 15 milhões foram pagos por Marcos Valério numa offshore nas Bahamas. Ele também disse ter feito no mesmo ano a campanha de José Genoino ao governo de São Paulo), Aloizio Mercadante (senador) e Benedita da Silva (governo do Rio). O presidente do PT era José Dirceu.
Arthur Virgílio disse: "o governo Lula acabou oficialmente hoje". José Agripino declarou: "não tenho dúvida de que um processo de impeachment dividiria profundamente a sociedade brasileira, com conseqüências terríveis."
No mesmo dia, 21 membros do PT se desligaram do partido, 10 deles aos prantos, como o deputado Chico Alencar. O líder do PT, Fernando Ferro, reagiu: "vamos tirar lições dos erros e caminhar para a superação dos nossos problemas. O que é importante para o Brasil e a democracia."
O Brasil pensou que Lula e o PT estavam mortos, o PSDB achou que era hora de deixar que "sangrassem" em público mas sem o "trauma" do impeachment. Alguns faziam o possível e o impossível para dizer que "o PT não inventou a corrupção", "são todos iguais", "caixa 2 é normal", "impeachment é golpe" e etc.
Dez anos se passaram e o que aconteceu? Lula não foi sequer investigado, ganhou a eleição novamente um ano depois, elegeu a sucessora em 2010 e reelegeu em 2014.
Se você acha que o governo Dilma vai cair de podre, que vai acabar sem uma ação firme da sociedade e do judiciário, pense novamente. Ou vá estudar um pouco de história recente do Brasil.
No dia 16, vá pra rua pedir o impeachment. Ou daqui a 10 anos a gente se encontra e lamenta novamente.
16 de agosto de 2015
Paulo Maurício Piá de Andrade é Médico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário