Em sua última sessão como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Jorge criticou a atual situação do setor elétrico, ressaltando que a redução de 20% no preço da energia, proporcionada pela antecipação das concessões, em 2012, já foi anulada pelos aumentos recentes nas tarifas.
“Estamos nas mãos de São Pedro, com empresas desequilibradas, reservatórios vazios e grandes dívidas a serem pagas pelos consumidores e contribuintes”, disse ele, que foi ministro de Minas e Energia durante o período de racionamento, em 2001.
Para ele, a situação da Petrobras é triste, e a empresa é vitima de má gestão. Relator do processo sobre a Refinaria de Pasadena, no Texas, que classificou de “operação desastrada e fraudulenta”, José Jorge disse que a decisão do TCU foi acertada ao citar os envolvidos e tornar os seus bens indisponíveis.
O ministro defendeu a independência de ministros e auditores. “Pode-se tolerar um ministro sem formação técnica excelente, mas não se pode tolerar a sujeição de ministros a interesses particulares. O ministro tem que julgar de acordo com a sua cabeça, mesmo que ela seja ruim”, disse.
APOSENTADORIA
José Jorge, que está no TCU desde 2009, completa 70 anos na próxima terça-feira (18/11), quando deve se aposentar, de acordo com as regras do TCU. Seu substituto deverá ser indicado pelo Senado, e pode ser tanto um senador como um membro técnico da casa. Não há prazo para a indicação.
O TCU é composto por nove ministros: três indicados pelo Senado, três pela Câmara dos Deputados e três pela Presidência da República. Os processos que estão sob os cuidados de José Jorge serão relatados por um substituto, a ser escolhido até o fim do ano. A partir de 2015, os novos processos na área de energia serão relatados pelo ministro José Múcio, conforme sorteio já realizado pelo tribunal.
14 de novembro de 2014
Deu na Agência Brasil
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