Lava-Jato: prisão de presidente de empreiteira preocupa o Palácio do Planalto e a cúpula do PMDB
Desde os primeiros depoimentos de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e do doleiro Alberto Youssef, responsáveis pela movimentação do carrossel de corrupção que funcionava na estatal, o UCHO.INFO afirma que a Operação Lava-Jato está em seus primeiros capítulos, apesar da contundência das declarações e dos estragos provocados.Primeiro órgão da imprensa a denunciar o esquema criminoso, ainda em 2009, o site tem informações precisas sobre o grau de devastação que pode alcançar a operação da Polícia Federal.
Com as costumeiras exclusividade e antecedência, o UCHO.INFO noticiou que as empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção arquitetavam, em conjunto, proposta de leniência a ser apresentada às autoridades que investigam o escândalo, mas os principais criminalistas do País fracassaram na tentativa de minimizar a culpa das empresas e seus executivos. Isso porque o Ministério Público Federal e a Justiça Federal rechaçaram a proposta, já que em mãos tinham informações sobre a extensão dos crimes cometidos.
Em mais um capítulo da Lava-Jato, deflagrado na manhã desta sexta-feira (14), executivos das maiores empreiteiras do País e outros envolvidos no caso foram presos pela Polícia Federal, que também cumpre mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão.
Mesmo considerando que a ação desta manhã é a sétima da Operação Lava-Jato, o País assiste não apenas a um duro golpe na quadrilha que saqueou os cofres da Petrobras por meio de contratos superfaturados e consequente desvio de dinheiro, mas também e principalmente um tiro certeiro disparado na direção do Palácio do Planalto, onde todos sempre souberam o que acontecia na estatal. Logo cedo os palacianos reagiram com surpresa diante da nova fase da Lava-Jato, sendo que um dos integrantes do staff presidencial chegou a afirmar que a operação atinge “o coração dos financiadores de campanha do País”.
Em Brisbane, na Austrália, onde se prepara para participar, no final de semana, da cúpula do G20, Dilma Rousseff por certo foi dormir (está 12 horas à frente) com a cabeça quente, porque a prisão do presidente da Engevix, Cristiano Kok, atinge as estruturas do governo do PT e alcança pessoa de sua estrita confiança. Fora isso, um ex-ministro de Lula (e amigo de Dilma), ligado à cúpula do PMDB, deve cair no vácuo da prisão de Kok. É uma questão de tempo.
Para avançar nas investigações da Operação Lava-Jato as autoridades deveriam se debruçar sobre as empresas criadas pelos executivos das empreiteiras para lavar o dinheiro recebido do esquema de corrupção.
Há pelo menos duas dezenas de pessoas envolvidas nessa pirâmide criminosa, sendo que operações comerciais foram realizadas com prejuízo para viabilizar a “legalização” do dinheiro sujo. Dessa estrutura ilegal participam pessoas sem envolvimento no escândalo, mas ligadas aos acusados.
14 de novembro de 2014
ucho.info
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