Foi constrangedora e patética a apresentação da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento, transmitida terça-feira pela TV Câmara.
Miriam tentou justificar o projeto de lei enviado ao Congresso para abandonar a meta fiscal fixada anteriormente para 2014 e continuar maquiando as contas públicas.
O vice-líder do PSDB na Câmara, Vanderlei Macris (SP), então questionou a ministra sobre a meta de superávit primário real que o governo se compromete neste ano, e ela apenas disse que o compromisso do governo é de fazer o “maior superávit possível”.
“O comportamento da receita está muito errático neste ano. Seria muito arriscado cravar uma meta. Temos o comportamento do Refis [recursos de parcelamentos de impostos atrasados], que não sabemos ao certo como vai ser”, tentou argumentar.
SEM META FISCAL
Na prática, o governo abandonou a meta fiscal deste ano. A presidente Dilma Rousseff pegou um PIB crescendo 7,5% ao ano e termina seu primeiro mandato em estagflação (inflação e recessão simultâneas), com PIB negativo e caos nas contas públicas e perspectivas sombrias.
Seu antecessor e criador tem uma diferença brutal em relação a ela: Lula é carismático e sabe injetar otimismo nas pessoas, enquanto Dilma transmite uma sensação altamente negativa, que leva as pessoas ao desânimo. Vai ser muito duro aturar mais quatro anos de governo dessa suposta doutorada em Economia, que inventou a “contabilidade criativa”.
E quando acabar o segundo mandato (se ela conseguir chegar até o final, claro), Dilma já tem profissão certa – pode arranjar um emprego de maquiadora na TV Globo.
14 de novembro de 2014
Carlos Newton
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