A clara relação de causa e efeito observada no fenômeno "Dilma cai nas pesquisas, bolsa sobe", deveria acender nas hostes do governo um sinal de advertência a respeito do baixo nível de confiança que a política econômica inspira nos investidores que não vêem nela sinais claros de intenções e procedimentos de longo alcance.
A, talvez pouco hábil, manifestação originária de algum departamento do Santander alertando clientes importantes de que a permanência no poder dos atuais cardeais petistas implicará numa alta probabilidade do país ser incapaz de apresentar um cenário econômico apto a navegar nos mares tempestuosos da persistente crise global, nada mais é, portanto, que a reafirmação de fato facilmente verificado por qualquer cidadão medianamente interessado nos caprichos do mercado diariamente anunciados.
Assim, ao invés de demonstrar indignação histérica por causa do posicionamento, correto mas aparentemente não oficial, de uma instituição bancária, e pedir a degola dos funcionários por ele responsáveis, o governo deveria renunciar ao aspecto eleitoreiro e imediatista de sua política econômica, inclusive com tentáculos no seu Banco Central, como mostram as recentes providências no sentido de aumentar o crédito num ambiente inflacionário, e começar a implementar medidas que resultem realmente numa tentativa de higienização de suas diretrizes, visando à inserção do país num fluxo internacional saudável, diminuindo ao mesmo tempo a importância dos parceiros raquíticos do Mercosul que, mais cedo ou mais tarde, decretarão a falência do bloco, fato facilmente evidenciado pela situação de penúria da Venezuela, apesar do chilrear de um determinado passarinho gozador, e do iminente calote argentino.
30 de julho de 2014
30 de julho de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de mar e guerra reformado
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